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Mostrando postagens de abril, 2020

a quarentena e a dor de barriga

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tenho repetido que não tenho medo do que está acontecendo. mas é mentira. eu tenho. ... eu sinto dor de barriga. igual à dor que eu sentia quando eu era criança e não me sentia à vontade com algo, como ir dormir na casa da minha prima, cuja mãe falava alto e dizia muitos palavrões, o que na época eu achava muito assustador. todas as sensações que eu tenho sentido, aliás, são infantis. sinto pouca fome, mas muita vontade de comer, tipo criança em frente à mesa do aniversário olhando para os brigadeiros e querendo muito pegar alguns, enquanto adultos dizem com uma voz insuportável que os brigadeiros devem ser comidos depois de cantar o parabéns - e a nossa vontade de pegar o brigadeira vai aumentando vertiginosamente. também sinto raiva de ter de me adaptar ao que temos para o momento. não posso mais entrar no lugar em que compro verduras, porque os donos do pedaço concluíram que pessoas, mesmo que poucas (o resto fica esperando a sua vez na calçada), escolhendo suas alfaces é algo q

quatro jeitos muito fáceis de sentir alegria em meio ao caos

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costumamos querer o que não temos. as frases gastas pra expressar isso são inúmeras. sim, tem a grama do vizinho, só pra dar um exemplo. e, como crianças mimadas, gostamos de escolher o que vamos fazer. estamos todos em casa. e isso foi uma ordem. ficar em casa é bom, repousante, mas se for uma obrigação, não achamos graça. feito crianças mimadas, reclamamos, bufamos, temos a nossa ansiedade elevada, numa escala de 0 a 100, a 145, em média. eu ainda não me joguei no chão para bater a cabeça, imitando crianças em ataque histérico para conseguir o que querem com os pais, o que pode ser desde comer uma bala antes do almoço até dormir depois da hora combinada, passando por tentativas de não tomar o banho diário ou ir pra cama pulando a etapa de escovar os dentes. o nome disso é chilique. quem dá chilique ou tem menos de 8 anos ou é maluco. mas agora, em época de quarentena, podemos todos dar chiliques. estamos fechados em casa. e ninguém vai ver. ora ora, não tem problema. mas se não pre