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Mostrando postagens de maio, 2018

o dia das mães em um quase haikai

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amanhã é dia das mães, e descontando o fato de eu ter comprado dois presentes para os meus filhos me darem, eu acho tudo isso uma chatice. se alguém precisa de um dia especial para dizer pra alguém "eu te amo" ou pra dar um abraço, esse alguém não sou eu. e se alguém precisa de uma data para fazer um almoço não usual, também não sou eu. aí que eu recebo de dois amigos queridos um texto, o mesmo texto, em que uma pessoa fala o que ela herdou dos filhos. eu li e achei estranho. primeiro, meus filhos herdaram muito de mim, mas eu, infelizmente, não tenho como herdar nada deles. tenho, isso sim, como abrir meus olhos e meu coração para poder aprender tudo o que eles me ensinam - não sei qual é a lógica, mas filhos ensinam muito mais aos pais do que o contrário. segundo, porque dizer que filho nos ensina a ter medo e nos dá estria é o oposto da minha experiência com a maternidade - que evidentemente não é cor de rosa, mas é divertida.  e então, num guardanapo da companhia

a mãe louca voltou

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R$ 16,65. o valor da corrida de uber apitou no meu celular. eu estava no rio, a trabalho. meus filhos estavam em são paulo. e meu filho estava se mudando para a casa da avó dele. era fim de tarde, eu já tinha voltado para o hotel. e já tinha visto várias mensagens do meu filho reclamando que ele não conseguia chamar um carro da cabify. eu sempre reclamei muito, e de tudo. e consegui ensinar esse comportamento para o meu filho. e dentro do gigantesco rol de reclamações, ele pediu para ir morar com a avó dele. não era um pedido recente. fazia muito tempo que ele pedia. a avó dele concordou, depois de uma conversa franca, e ele, prontamente, arrumou a mala no domingo e mudou-se na segunda. antes de ser mãe, eu tive a sorte de ler um texto do khalil gibran sobre filhos. e, desde então, sempre tive a certeza de que meus filhos não eram meus coisa nenhuma. eram da vida. ser mãe é o maior exercício de desprendimento que eu conheço. ... enquanto meu filho se mudava, a minha filha ficava s

deixando ir

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eu fui criada por uma mãe que era incapaz de manter qualquer coisa organizada. a vida dela era um caos ambulante. a bolsa, as gavetas, os armários, os documentos. por onde ela andava, havia caos: ela estava sempre indo para algum lugar, e sempre tinha de ser rápido, porque ela estava atrasada. talvez o caos assustador em que ela vivia me ensinou o extremo oposto. raramente eu me atraso para chegar a qualquer lugar; minhas gavetas são organizadas e eu sempre sei onde estão as coisas dentro da minha casa. meu armário é quase um quadro zen, e eu estou tentando me livrar da mania das listas, o que é árduo, já que minhas listas me ajudam a ter foco e saber quais são as prioridades do dia, da semana, do mês. não, do mês, não - estou exagerando. dentro da minha vidinha organizada me acostumei a me livrar de tudo o que eu não uso. t-u-d-o. é legal ser organizada, mas doar o que não usamos às vezes pode ser uma obsessão. eu ainda não sei medir se é uma obsessãozinha, uma obsessão crescen