perder-se

dizem que devemos todos os dias fazer novos caminhos, ou fazer as coisas de todo dia de um jeito diferente. essas mesmas pessoas defendem que assim nosso cérebro é exercitado.
pois eu acho que mais do que o cérebro, a alma é exercitada. e é por isso que não saber onde estamos é bom.
hoje fomos andando pra praia e pegamos o caminho - dois quarteirões - errado. seguimos andando e atravessamos uma área verde onde florzinhas ordinárias que crescem no meio do mato nos fizeram parar. eram lindas, delicadas e inéditas pros nossos olhos.
depois nos deparamos com flores maiores e igualmente lindas. e de um colorido forte impressionante. a lívia sugeriu que voltássemos mais tarde pelo mesmo caminho para fotografar todas aquelas flores. mas não voltamos, porque o mar estava maravilhoso, o vento estava fresco e fomos ficando na praia.
a ideia da delícia de se perder surgiu quando tive de aprender novos caminhos nesses dias de curtas férias em florianópolis. conheci uma praia que não conhecia, e visitei outra onde eu não pisava fazia uns 25 anos.
como é bom estar num lugar onde não conhecemos ninguém. onde não sabemos se a comida é boa ou ruim.
descobrimos dois balanços pendurados em duas árvores muito altas - onde a lívia e suas primas se balançaram feito loucas - e conhecemos várias marcas de sorvete maravilhosos. tentamos chegar a uma praia onde tem as ruínas de um forte, mas não conseguimos. a maré estava alta.  
queríamos passear de barco, mas por falta de parceria não fomos. íamos visitar nossas amigas numa praia aqui perto, mas tantos são os carros indo e vindo entre as praias da ilha que achamos por bem não entalar numa fila enorme. aqui em floripa o trânsito é chamado de fila, um jeito bem literal de descrever a indecência de um lugar tão lindo cuja prioridade em mobilidade é zero...
voltaremos pra casa felizes da vida. sem GPS nem waze. só seguindo as ricas placas da BR-101 e 116.

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