boas, médias e más notícias
é engraçado como tudo é relativo, non?
todos os dias eu rezo e agradeço. e penso que vou tentar ser legal, justa, decente. e bem humorada. mas nem sempre é possível.
os dias de mães que moram com filhos pequenos e trabalham o dia inteiro e moram em são paulo são dias corridos. então, como todo dia, saí da cama cedo. não às 5am, mas às 5:15am. pronto, a correria começou mais ou menos às 5:18am, quando saí da cama e fui até a cozinha preparar o café da manhã e arrumar as lancheiras do joão e da lívia. fui pulando de um lado pro outro, pra dar tempo de tomar banho antes de chamá-los. mau sinal. pular antes das 10am é coisa pra gente louca.
tudo deu super certo. a lívia reclamou, voltou pra cama vestida, não tomou café da manhã e foi pra escola feliz da vida no carro do zé, que os leva alguns dias da semana e é um pai adorável. eu cheguei ao trabalho às 7 da madrugada bem feliz. dei conta das tarefas "a fazer" antes da reunião com cliente e fornecedor, às 9am, começar.
reunião, telefonema de outro cliente, diálogos que fariam o woody allen se ajoelhar de tanto rir - não, não era cômico, era patético, eu explicando no telefone por que não poderia sair de uma reunião e chegar à outra -, e lembro de ligar pra casa para dizer que era bom levar as capas de chuva das crianças na hora de buscá-las.
hoje mamãe não podia chegar à escola em tempo, e papai me explica que tem xpto no braço e não pode dirigir. e então a santa nalva os buscaria.
bem, resumo da ópera: a nalva ficou doente e veio com meus filhos aos trancos e barrancos. eu cheguei para almoçar em casa e eles não tinham chegado. arrumei a mesa, eles chegaram, e eu disse para a nalva deitar e se cobrir com muitas cobertas.
hum, almoço delicioso e eu pensando meu-deus-o-que-faço-com-a-nalva-passando-mal-e-meu-filho? lívia tinha dentista e fono, puta que o pariu, por que eu marquei DUAS CONSULTAS em UMA tarde? tentativas de otimização.
liguei pra casa do pai das crianças, e pedi à santa neide se podia levar o joão para passar a tarde, sim-claro-que-pode,-tita ela me respondeu. dinheiro para o táxi, tchau nalva, deixo um no pai e levo outro ao dentista, depois à fono, depois busco o outro no pai volto pra casa.
encher banheira, preparar jantar, ó meu deus as louças do almoço estão empilhadas na pia, ó-sim-a-nalva-estava-passando-muito-mal-e-eu-disse-vai-embora-depois-eu-lavo-a-louça.
a banheira enche, as crianças brincam na sala, a água ferve na panela, eu lavo a louça e...o celular toca e eu não atendo. mas o telefone toca e o joão atende.
"a professora, mãe", ele diz, me dá o telefone, sai da cozinha e fecha a porta. merda.
"ele te contou?", a doce marta pergunta. tento lembrar de algum relato do dia, mas não lembro de nada. "não", respondo.
outro resumo da ópera: blablablá e quinta o joão não irá à escola. uau!, eu penso, e começo a chorar. a lívia grita da banheira, e eu digo "tenho de desligar, estou sozinha com as crianças", e a marta diz "tchau".
bem, na classe do joão quando há brigas as crianças não vão à escola no outro dia e, em casa, preparam algo para a classe, que pode ser um desenho, um bolo. mas como amanhã é o aniversário de um amigo querido, o joão terá o privilégio de só não ir à escola na quinta. e na quinta eu viajo às 6h45 para um treinamento no interior. delícia.
ele liga pro pai, pede para EU contar o que aconteceu, chora, e vai dormir, sem jantar, exausto e muito triste.
eu choro, termino de lavar a louça, coloco a lica na cama e venho trabalhar. e lembro que esqueci de escrver o melhor do dia: hoje soube que trabalharei em casa. home office, como o mundo corporativo gosta de dizer.
salve salve. tem sempre as boas notícias, as médias e as más. concentrar-me-ei nas boas, pelamordedeus.
todos os dias eu rezo e agradeço. e penso que vou tentar ser legal, justa, decente. e bem humorada. mas nem sempre é possível.
os dias de mães que moram com filhos pequenos e trabalham o dia inteiro e moram em são paulo são dias corridos. então, como todo dia, saí da cama cedo. não às 5am, mas às 5:15am. pronto, a correria começou mais ou menos às 5:18am, quando saí da cama e fui até a cozinha preparar o café da manhã e arrumar as lancheiras do joão e da lívia. fui pulando de um lado pro outro, pra dar tempo de tomar banho antes de chamá-los. mau sinal. pular antes das 10am é coisa pra gente louca.
tudo deu super certo. a lívia reclamou, voltou pra cama vestida, não tomou café da manhã e foi pra escola feliz da vida no carro do zé, que os leva alguns dias da semana e é um pai adorável. eu cheguei ao trabalho às 7 da madrugada bem feliz. dei conta das tarefas "a fazer" antes da reunião com cliente e fornecedor, às 9am, começar.
reunião, telefonema de outro cliente, diálogos que fariam o woody allen se ajoelhar de tanto rir - não, não era cômico, era patético, eu explicando no telefone por que não poderia sair de uma reunião e chegar à outra -, e lembro de ligar pra casa para dizer que era bom levar as capas de chuva das crianças na hora de buscá-las.
hoje mamãe não podia chegar à escola em tempo, e papai me explica que tem xpto no braço e não pode dirigir. e então a santa nalva os buscaria.
bem, resumo da ópera: a nalva ficou doente e veio com meus filhos aos trancos e barrancos. eu cheguei para almoçar em casa e eles não tinham chegado. arrumei a mesa, eles chegaram, e eu disse para a nalva deitar e se cobrir com muitas cobertas.
hum, almoço delicioso e eu pensando meu-deus-o-que-faço-com-a-nalva-passando-mal-e-meu-filho? lívia tinha dentista e fono, puta que o pariu, por que eu marquei DUAS CONSULTAS em UMA tarde? tentativas de otimização.
liguei pra casa do pai das crianças, e pedi à santa neide se podia levar o joão para passar a tarde, sim-claro-que-pode,-tita ela me respondeu. dinheiro para o táxi, tchau nalva, deixo um no pai e levo outro ao dentista, depois à fono, depois busco o outro no pai volto pra casa.
encher banheira, preparar jantar, ó meu deus as louças do almoço estão empilhadas na pia, ó-sim-a-nalva-estava-passando-muito-mal-e-eu-disse-vai-embora-depois-eu-lavo-a-louça.
a banheira enche, as crianças brincam na sala, a água ferve na panela, eu lavo a louça e...o celular toca e eu não atendo. mas o telefone toca e o joão atende.
"a professora, mãe", ele diz, me dá o telefone, sai da cozinha e fecha a porta. merda.
"ele te contou?", a doce marta pergunta. tento lembrar de algum relato do dia, mas não lembro de nada. "não", respondo.
outro resumo da ópera: blablablá e quinta o joão não irá à escola. uau!, eu penso, e começo a chorar. a lívia grita da banheira, e eu digo "tenho de desligar, estou sozinha com as crianças", e a marta diz "tchau".
bem, na classe do joão quando há brigas as crianças não vão à escola no outro dia e, em casa, preparam algo para a classe, que pode ser um desenho, um bolo. mas como amanhã é o aniversário de um amigo querido, o joão terá o privilégio de só não ir à escola na quinta. e na quinta eu viajo às 6h45 para um treinamento no interior. delícia.
ele liga pro pai, pede para EU contar o que aconteceu, chora, e vai dormir, sem jantar, exausto e muito triste.
eu choro, termino de lavar a louça, coloco a lica na cama e venho trabalhar. e lembro que esqueci de escrver o melhor do dia: hoje soube que trabalharei em casa. home office, como o mundo corporativo gosta de dizer.
salve salve. tem sempre as boas notícias, as médias e as más. concentrar-me-ei nas boas, pelamordedeus.
não tenho filhos, mas te entendo tanto, quando penso que sem filhos meu dia foi FODA!!!! E te acho minha heroína quando lembro dos pequenos...
ResponderExcluirbeijos com amor,
Ana
querido anônimo,
ResponderExcluiryou are adorable.
Tita,
ResponderExcluirrealmente é incrível como um dia pode degringolar cada vez mais, do tipo, não pode ficar pior e fica. Eu tenho filhos (como bem sabes), mas realmente não sei se posso dizer que sei pelo o que passas porque faz diferença ter um marido ao lado. Sem dúvida uma heroína! Depois de ler isso, só queria te mandar um abraço virtual! Força na peruca! Dani