la vie en rose

a cidade estava parando. no bom sentido. as ruas quase calmas, e todas as pessoas com a cara de é-quase-natal. e então me lembrei de um amigo que fez a seguinte analogia dia desses: quando você tá apertado pra ir ao banheiro e tá quase chegando em casa, você começa a relaxar, e se algo der errado e você NÃO chegar em casa, você vai acabar fazendo xixi na calça.
pois era essa a cara de todo mundo na rua hoje. a vida vai ficando mais mansa porque SABEMOS que não vamos trabalhar feito loucos pelos próximos dias. e se alguém disser que algo deu errado e que TEREMOS de trabalhar nos próximos dez dias, não vamos conseguir.
delícia. o trabalho nesses dias é um esforço. mas depois vem o ócio. la vie en rose.
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tive de colocar o despertador pra me acordar. não era nada cedo, mas precisava estar no escritório às 10h, e antes disso era preciso passar no mecânico e resgatar meu pequeno carro. e enquanto ia fazendo as coisas que precisavam ser feitas - preparar o café da manhã, deixar um bilhete pra santa nalva, arrumar minha bolsa -, percebi que estava fazendo tudo muito devagar. e não só isso. além da lerdeza, tinha o silêncio. ninguém me chamando de manhêêê ou ô mããããe, e ninguém reclamando. filhos de férias, mamãe em casa. la vie en rose.
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sinto uma tristeza como há muito não sentia. e uma vontade de me livrar dela. e isso é um perigo. por isso é preciso silêncio e recolhimento. senão não sentirei o que é preciso sentir. a casa é a mesma, o carro é o mesmo, as roupas no armário também. e mesmo assim tá tudo tão diferente. graças a deus.
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