se eu fosse mãe de quatro

deve ser uma obsessão com comprovações. mas este fim de semana eu comprovei que é mais fácil ser mãe de quatro do que de dois.
a ideia me persegue há anos. acho que desde que tive o meu primeiro namorado, aos 14, com quem fazia planos edificantes de ter cinco filhos e tals. o namoro terminou sem filhos, um ano depois, e eu me casei duas vezes, tive dois filhos com o segundo marido mas depois faltou gente pra dar conta do aumento da família. especificamente faltou um marido.
mas este fim de semana a vida me deu de presente a experiência, voluntária, de ficar com quatro crianças no meu pequeno apartamento no meio de um bairro barulhento em são paulo.
fredrik e leo chegaram sexta no fim do dia, e partirão amanhã, segunda-feira, bem cedinho. eles têm a idade do joão. fredrik é norueguês e leo, finlandês. eles se entendem em inglês, na bicicleta do parque, no sabor da pizza, na casquinha do mc donald's, no wii e no carro de controle remoto que o joão ganhou de natal.
as coisas começaram tímidas na sexta, mas hoje já estamos familiarizados e há uns gritos na casa. um obedece à primeira ordem, o outro não obedece até a vigésima. e então hoje no parque ouvi o famigerado "you are not my mother". a única coisa que me veio à cabeça foi dizer que eu era a stepmother, mas eu não queria dizer que eu era a madrasta, mas a mãe step mesmo. ele ficou horrorizado, e eu comecei a rir e disse que eu tinha de cuidar dele até amanhã, quando ele voltará ao acampamento do CISV.
quando você tem quatro crianças, uma ordem é uma ordem, e uma regra não tem exceções. vamos todos jantar, vão todos brincar, agora todos pra cama. não dá pra ser diferente. e tenho a impressão de que crianças juntas entendem que são um grupo e a coisa vai.
como viajávamos, nos tempos de escola, entre 60 meninas, e uns 3 adultos para cuidar de todas? tinha piscina, tinha caminhada na mata, tinha passeio de caminhão, e tudo fluía.
um dia, não lembro bem quando, me dei conta de que a minha família não iria mais aumentar. você um dia se olha no espelho e percebe que passou. mas ainda assim é divertido pensar que tem algumas ideias que, com o passar dos anos, seguem nossas.
quanto menos filhos a gente tem, mais cabelos arranca da cabeça. talvez seja só uma bobagem minha, com o cansaço de ter a casa com quatro crianças por um fim de semana. 



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