Eis o que ela escreveu sobre o amor e a coragem

"Fiquei pensando nas nossas conversas de ontem. Quando tu disse que apaixonado não deve tomar nenhuma decisão. Faz sentido, e na hora eu concordei. Mas depois fiquei pensando: mas e se não for a paixão que catalisa mudanças, vai ser o quê? Se não for a paixão por uma nova pessoa para acabar com um casamento que já não funciona, o que vai acabar? A paixão passa. E daí talvez sobre o amor. Será que esse amor novo, sem o ardor da paixão, faz a pessoa acabar o casamento? Não sei. Se não for no calor do momento, depois não acontece, eu acho. Depois as coisas acalmam e a vida segue como era antes, com uma boa lembrança.

O amor é tão desvalorizado nesse meio em que vivemos. Na verdade, a valorização do amor é uma ideia romântica que talvez não sirva mais, mesmo. O amor. As coisas que as pessoas fazem por amor. Eu valorizo o amor. Para mim, o amor é importante. Mas frente a uma vida estruturada, filhos, posição social, casa montada, a história que se tem com a esposa, as caras feias que vai ter que enfrentar das famílias de ambos os lados, as restrições financeiras, o desconforto de deixar o conhecido e a casa - o que é o amor diante disso tudo? Tem que amar MUITO uma pessoa (a outra pessoa) pra ter essa coragem.

Tu teve uma coragem incrível. Eu não sei direito por que tu te separou. Por quê? O que te fez largar a casa com quintal, o marido, o conforto de ter alguém pra ajudar a criar as crianças? Eu sei que não foi um novo amor, e acho que isso é ainda mais corajoso. Tu largou tudo pra ficar cuidando dos teus filhos sozinha. Muita coragem. Uma coragem que as pessoas não têm.

Gosto muito das nossas conversas (...). Tenho sorte de te ter como amiga."

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