sobre as pequenas grandes almas
ele ia fazer 4 anos dali a 3 meses, e o avô tirou as rodinhas da bicicleta. ele aprendeu a pedalar, depois de arremessar a bicicleta o mais longe que podia com a força daquela idade muitas e muitas vezes.
e então eu concluí que se era assim, assim seria. e tirei as rodinhas da bicicleta da minha filha quando ela fez 4 anos. ora, pensava eu, se um andou de bicicleta sem rodinhas antes dos 4 anos, a outra também andaria.
qua qua qua mil vezes.
durante quase 3 anos, carreguei as bicicletas da família. pra praia, pro parque, pra pracinha. um horror, uma musculação involuntária e absolutamente irritante.
daqui a 6 meses a lívia completa 7 anos. e foi só agora que uma luz surgiu e eu levei a bicicleta pro carlos, nosso bicicleteiro, para que ele COLOCASSE RODINHAS na bicicleta da lívia. e desde então a guria chega da escola, almoça e desce pra andar de bici. faz manobras radicais, me explica sobre curvas abertas e curvas fechadas, cai no chão, mancha as calças as meias as botas com graxa e dá risada.
bem, eu me sinto uma idiota, graças a deus. porque assim vejo como posso ser uma besta ao não prestar atenção às coisas/pensamentos/vontades/insights que vêm de dentro.
sorry sorry love, eu diria a eles, meus filhos. mas só disse "desculpa". por que será que estamos sempre olhando pra fora? que bonito! que olhos lindos! nossa, é inteligente, não? puxa, ele é esperto! oh, que delicada!
bem, tenho tentado ser fina e elegante, mas pelamordedeus, toda cegueira me causa malestar. ou mal-estar? o consolo é que meus olhos estão enxergando. não queremos acertar sempre, mas queremos acertar de vez em quando, pelo menos.
e então eu concluí que se era assim, assim seria. e tirei as rodinhas da bicicleta da minha filha quando ela fez 4 anos. ora, pensava eu, se um andou de bicicleta sem rodinhas antes dos 4 anos, a outra também andaria.
qua qua qua mil vezes.
durante quase 3 anos, carreguei as bicicletas da família. pra praia, pro parque, pra pracinha. um horror, uma musculação involuntária e absolutamente irritante.
daqui a 6 meses a lívia completa 7 anos. e foi só agora que uma luz surgiu e eu levei a bicicleta pro carlos, nosso bicicleteiro, para que ele COLOCASSE RODINHAS na bicicleta da lívia. e desde então a guria chega da escola, almoça e desce pra andar de bici. faz manobras radicais, me explica sobre curvas abertas e curvas fechadas, cai no chão, mancha as calças as meias as botas com graxa e dá risada.
bem, eu me sinto uma idiota, graças a deus. porque assim vejo como posso ser uma besta ao não prestar atenção às coisas/pensamentos/vontades/insights que vêm de dentro.
sorry sorry love, eu diria a eles, meus filhos. mas só disse "desculpa". por que será que estamos sempre olhando pra fora? que bonito! que olhos lindos! nossa, é inteligente, não? puxa, ele é esperto! oh, que delicada!
bem, tenho tentado ser fina e elegante, mas pelamordedeus, toda cegueira me causa malestar. ou mal-estar? o consolo é que meus olhos estão enxergando. não queremos acertar sempre, mas queremos acertar de vez em quando, pelo menos.
Queri,
ResponderExcluirlembro bem do dia que te acompanhei na empreitada no parque, o esforço que foi pra ti (além da carregar as bicicletas)acompanhar a Lívia. Eu não via nenhum problema em ela aproveitar o passeio de rodinhas, dava canseira só de ver! Mas tu estavas determinada!Mas a gente não consegue ver tudo, ninguém consegue! Se só levou um pouco mais de tempo, ainda tá no lucro!
Bjs e saudades,
Dani
lendo seu texto, só tenho mais certeza de algo que já sei: filhos são como são, e não como queremos que sejam.
ResponderExcluirsaudades da sua lucidez, Tita!
beijos