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as palavras do drummond que ela mandou

“Desejo a vocês... Fruto do mato Cheiro de jardim Namoro no portão Domingo sem chuva Segunda sem mau humor Sábado com seu amor Filme do Carlitos Chope com amigos Crônica de Rubem Braga Viver sem inimigos Filme antigo na TV Ter uma pessoa especial E que ela goste de você Música de Tom com letra de Chico Frango caipira em pensão do interior Ouvir uma palavra amável Ter uma surpresa agradável Ver a Banda passar Noite de lua cheia Rever uma velha amizade Ter fé em Deus Não ter que ouvir a palavra não Nem nunca, nem jamais e adeus. Rir como criança Ouvir canto de passarinho. Sarar de resfriado Escrever um poema de Amor Que nunca será rasgado Formar um par ideal Tomar banho de cachoeira Pegar um bronzeado legal Aprender uma nova canção Esperar alguém na estação Queijo com goiabada Pôr-do-Sol na roça Uma festa Um violão Uma seresta Recordar um amor antigo Ter um ombro sempre amigo Bater palmas de alegria Uma tarde amena Calçar um velho chinelo Sentar numa velha poltrona Tocar violão para algu

eu reclamo, tu reclamas, ele reclama

ela sempre reclama da mãe das enteadas dela. diz que é uma boba, mãe incompetente, que não dá conta das filhas. eu escuto com atenção, pensando num outro ponto de vista. eu não tenho enteados, mas meus filhos têm uma madrasta, que é casada com o pai deles. e eu, nesta história, posso ser uma bruxa. ... ele conversava com uma amiga quando me aproximei. ele falava do presente de natal que daria à babá da filha. a babá é funcionária da ex-mulher, não dele. mas ele gosta muito dela, e disse que ela, a babá, trata a filha dele com muito carinho. falávamos de bons presente e recompensas em dinheiro quando ele falou mal da ex-mulher. ele paga todas as contas extras no mês, além da pensão alimentícia, mas reclamou que às vezes a ex-mulher não o comunicava com antecedência dos gastos. fiquei pensando no que seria o ideal, para ele. a criança adoece, a mãe resolve levar ao pediatra, mas antes liga para o ex-marido, para ele se planejar com o gasto. seria assim? fiquei escutando atenta o que um e

as alegrias de dezembro

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é engraçado como o mês de dezembro pode virar uma tristeza, em vez de alegria. basta uma falta de atenção e pronto, tá feito o estrago. os dias ficam mais quentes e delicosos. os filhos entram em férias escolares - e entra em férias escolares o despertador também. uns dias de folga, mesmo que poucos, estão garantidos - afinal, natal e réveillon são festas respeitadas e comemoradas por muitos. as reuniões também fazem parte desses últimos 31 dias do ano: amigos, colegas de trabalho, pessoas que não encontramos durante o ano mas que queremos ver antes de o ano acabar. e, finalmente, os encontros familiares. que podem ser uma alegria, se houver espaço para senti-la. mas por que será que todas essas coisas podem ser mui facilmente esquecidas? porque olhamos pra fora, e esquecemos de olhar pra dentro. saímos feito loucos de carro pela cidade para comprar. não só presentes, mas lembrancinhas, panetones para os empregados do prédio, caixas de bombons para os professores, o tal do amigo secret

sobre mulheres que escorregam e caem. sério?

eram 6:30am. estávamos saindo de casa rumo à escola. e uma moça estava deitada no chão, no meio do asfalto. um rapaz gentil havia colocado um cone uns metros antes do lugar onde ela estava deitada. eu abri a janela do carro e perguntei se ele já havia chamado o resgate. sim, disse ele. e fomos pra escola. eu tinha trabalhado umas 15 horas no dia anterior. então fui ao parque andar, depois de meses de recesso. iria ao escritório depois do almoço. fui resolver umas pendências milenares nessas horas livres. entrei num shopping, consegui mandar consertar um cordão de prata que eu uso todos os dias. consegui fazer outras coisas também, como comprar o presente de natal para o meu pai e o refil para a minha agenda. tenho horror de shoppings, e estava indo embora feliz quando uma senhora na minha frente começa a literalmente andar de ré, até bater a cabeça numa vitrine a cair no chão. eu corro para ajudá-la, e fico segurando a mão dela, enquanto bombeiros e seguranças desengonçados fingem que

com gargalhadas dói menos

ando obcecada com a ideia do zen. o dia foi caótico. sexta-feira, um trânsito do além. tive de ir ao escritório, porque meu computador estava com falência parcial de órgão. levei as crianças à escola, na volta li toda folha de s. paulo, parei num caixa automático, cheguei em casa bufando. dei instruções sobre consumo de água pela milésima vez: como lavar louças e roupas sem usar horrores de água. cara feia. fui trabalhar. tinha uma reunião, mas não participaria. mas fui convocada. meu chefe pergunta o que há. digo que estou exausta. ele escuta. nem tudo está perdido. meu computador sai da minha mesa para a uti. ou seja, para a mesa do almir, que cuida dessa parte que eu tanto ignoro. falo com a contadora, depois com a motorista das crianças, que não vai trabalhar semana que vem. ela me explica que vai pra praia, e que em são paulo o trânsito está muito ruim. sinto vontade de chorar, mas não choro. muito bem. reunião no cliente à tarde. e agora vamos falar de coisas boas. o que é melhor

cansada, eu?

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pensamentos nada edificantes: - por que será que o mês de dezembro existe? - qual é a droga apropriada para falta de ar? - como esquecer que marlboros existem? - por que será que camisas bregas em homens exuberantes orrrrnam tanto? - tem gente mais louca do que eu. graças a deus. - eles só falavam de sexo, e era um pouco constrangedor. eu pensava, mas não disse nada. - a consciência pode ser muito incômoda. - será que deus tá vendo tudo mesmo? - o cansaço dói. a foto foi tirada numa tarde de inverno, numa praça singela e linda, lá em porto alegre.

a vida pode ser bela, belíssima

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"(...). e o budismo te mostra que não existe nada importante em si - nós é que damos importância às coisas." a frase não é minha. por isso as aspas. é da olga curado, jornalista. foi publicada na coluna da mônica bergamo, no domingo, 28.11. eu li e senti um alívio enorme, gigantesco. e delicioso. tenho trabalhado tanto, que ontem, pela primeira vez na vida, senti os ombros ardendo. sim, no final do dia eu não tinha dor nas costas. tinha ardência. estou com essa frase sobre o budismo na cabeça. e fiquei pensando, desde domingo, em como existem maneiras diferentes de passar pela vida. dezembro começou. e é preciso ficar atento para NÃO correr, NÃO surtar, NÃO pirar. e para inspirar - mas por que será que às vezes o ar falta tanto? -, vamos a imagens belíssimas. joãozinho antes de cortar os cabelos. ele tinha feito o café da manhã, menos o chá, "porque você não deixa eu mexer no fogão", me explicou meninas nascem meninas eu disse que não tinha lugar para uma rede na sa

sobrecarregada? quem?

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o trabalho é da flavia . e como hoje é o último dia do último mês são do ano, achei pertinente publicar esta moça carregando o mundo na cabeça. eu não vou estar assim em dezembro, nem em janeiro ou feverreiro. nem nunca. eh eh eh.

mas por que alguém carrega um piano nas costas?

claro que eu faço a pergunta e não sei a resposta. cheguei ao trabalho cansada. não é normal uma pessoa dormir muito bem no fim de semana e acordar cansada na segunda-feira. mas eu acordei cansada, como tenho acordado faz dias. ele chegou ao trabalho, e eu perguntei como tinha sido o fim de semana. coisa que eu nunca faço. porque eu nunca converso com ele além do oi-tudo-bem?. e então reclamamos, os dois, que não tínhamos ido ao show do paul mc cartney. que eu acho um chato, mas mudei de ideia depois de ler o que o ivan finotti escreveu na folha de s. paulo sobre o show em porto alegre. mas depois fiquei pensando, que coisa besta uma pessoa reclamar que não foi a um show porque os ingressos eram caríssimos! aí me dei conta de que o problema não era não ter dinheiro para ir a um show, mas não ter a felicidade de ir a um show maravilhoso e cantar músicas maravilhosas - de preferência acompanhada de uma pessoa maravilhosa, pelamordedeus. e o dia, que tinha começado triste, acaba triste. c

Eis o que ela escreveu sobre o amor e a coragem

"Fiquei pensando nas nossas conversas de ontem. Quando tu disse que apaixonado não deve tomar nenhuma decisão. Faz sentido, e na hora eu concordei. Mas depois fiquei pensando: mas e se não for a paixão que catalisa mudanças, vai ser o quê? Se não for a paixão por uma nova pessoa para acabar com um casamento que já não funciona, o que vai acabar? A paixão passa. E daí talvez sobre o amor. Será que esse amor novo, sem o ardor da paixão, faz a pessoa acabar o casamento? Não sei. Se não for no calor do momento, depois não acontece, eu acho. Depois as coisas acalmam e a vida segue como era antes, com uma boa lembrança. O amor é tão desvalorizado nesse meio em que vivemos. Na verdade, a valorização do amor é uma ideia romântica que talvez não sirva mais, mesmo. O amor. As coisas que as pessoas fazem por amor. Eu valorizo o amor. Para mim, o amor é importante. Mas frente a uma vida estruturada, filhos, posição social, casa montada, a história que se tem com a esposa, as caras feias que v

sob condições anormais de temperatura e pressão

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a cor que entra pelas janelas é sépia. é um fim do dia estranho. a cor é forte. minha sala e minha cozinha estão iluminadas. meu quarto também deve estar, mas não enxergo de onde estou. estou cansada. mas o cansaço é dos bons. o dia, pensei, seria medieval. eu havia passado a noite inteira sonhando, uma coisa horrorosa. não sonhar, mas sonhar tanto a ponto de ter certeza de que não estava dormindo. mas estava. eu teria muito trabalho. e estaria fora de casa das 6:30am até umas 9pm. mas não há nada como a inteligência que funciona para o bem. achei que "ter certeza de que o dia seria um horror" era uma ideia muito infeliz. e então fui fazendo uma coisa de cada vez. trabalhei, e quando chegou a hora de partir para um evento, desviei o caminho e vim pra casa. vamos ao resumo da situação. uma leve falta de ar por causa dos prazos no trabalho. o cabelo anda um horror, mas eu não quero ir ao meu caríssimo e sensacional cabeleireiro. nem todas as calças fecham, mas eu achei uma que

ana amava lucas que amava ana

ana amava lucas que amava ana. tudo ia bem - às vezes muito bem, às vezes pouco bem, como em qualquer casamento. e aí eles resolveram ter mais um filho. o terceiro. tudo lindo, tudo maravilhoso. até o dia em que saíram para jantar, e lucas disse à ana que não sabia se a amava. ela, num ato de coragem que não lhe era comum - pelo menos em relação a ele -, disse "i am so sorry baby, mas não vou discutir a relação com essa barriga". e então ele disse que estava apaixonado. não por ela. por outra. ele saiu de casa. foi morar na casa da nova namorada - estranho, mas eu tenho a impressão de já ter ouvido essa história um zilhão de vezes. e no meio do caminho ele engravidou uma moça, não a namorada, nem a ex-mulher, mas uma outra. mas a coisa é tããão confusa e sinistra que eu não tenho detalhes. ontem eu fui à casa da ana. ela é uma mulher maravilhosa, que tem uma família igualmente maravilhosa. ninguém tem dó dela, mas todos cuidam dela com amor e calor. e então ela me disse que lu

mas o que é importante mesmo?

fui pagar a conta do condomínio. e, surpresa!, eu não tinha dinheiro. não, não estou me referindo à minha carteira. estou falando da minha instável conta corrente. coitada. ou coitada de mim. mas depois de uns ataques de falta de ar, já estou quase dando risada. quase. eu fico muito brava quando o itau me diz que meu dinheiro acabou, e que o saldo que eu tenho é uma fantasia. sim, o banco me diz que eu tenho um "saldo disponível" quando estou devendo até os cadarços dos meus tênis velhos. meu pai sempre dizia - e diz ainda - que vale à pena comprar à vista, para não se endividar. e eu aprendi a lição. acho que se não tenho dinheiro, não devo comprar. mas isso vale pra um carro novo, uma casa na praia, férias na bahia, uma garrafa de veuve clicquot. mas pro supermercado e pra padaria não dá, né? grito mentalmente "que saco" mil vezes. e outras palavras de baixo calão também. eu sou uma mocinha muito mimada, e como dizia meu sogro, "não dá pra falar de dinheiro&q

sobre um porto seguro

ela era uma mulher belíssima. quando a conheci, fiquei boquiaberta. linda, divertida, inteligente, charmosa. eu achava que ela namorava meu amigo. mas eles não namoravam. ela tinha um namorado, e ele, meu amigo, era "o outro". o amante. mas eles andavam tanto juntos que eu tinha certeza de que era uma cousa mais séria. mas um dia tudo terminou. e ele me explicou: ela tinha dito pra ele que o namorado dela era o porto seguro. apesar de ela gostar muito dele, "o outro". ao que ele disse "então vá pra puta que o pariu". acho que não foram essas as palavras usadas por ele, mas foi assim que ele me contou o caso. vários anos se passaram, e ele está casado - com outra mulher -, tem um filho, e a que tinha o namorado como um porto seguro parece que também se casou, e teve três filhos. toda essa história me veio à cabeça hoje, que é o meu dia de ficar horas no trânsito. fiquei pensando em como é desconfortável a sensação de estar pisando em ovos, e era assim que e

ai meu deus. lá vou eu.

ai meu deus. lá vou eu. agora vou escrever mais sobre alegrias e menos sobre tristezas. por isso criei um novo blog. não foi uma ideia minha. foi uma necessidade. eu não sou boa de datas. sou péssima, aliás. quando me perguntam quando meus filhos nasceram, eu tenho de calcular. sim, é verdade. mas daqui a uns dias comemoro cinco anos de vida-com-filhos-mas-sem-marido. não me arrebento mais chorando. não tenho culpa nenhuma. e o melhor de tudo, não sofro mais. os motivos para celebrar são muitos. quem lê isso vai achar que eu estou arrasando. mas não. e não vou entrar em detalhes. vamos ao que interessa. vou escrever sobre as alegrias da solteirice. o nome é bem óbvio, non? como dizia o pai dos meus filhos quando nos separamos e eu reclamava de qualquer coisa: "foi você que escolheu". sim, fui eu que escolhi. graças a deus, sempre escolhi. aliás, num momento retrospectiva, fico um pouco 'aaaaahhhhhhhhhhhhhhhhh' quando penso nas escolhas que fiz. não sei de onde veio ta