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Mostrando postagens de junho, 2019

querida mãezinha

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tenho rezado muito. você sabe que eu nunca fui de rezar como tu. mas sempre rezei - ainda que não o teço, nem na missa, nem com a Bíblia no colo. ainda que sempre tenhamos rezado de formas diferentes, eu sempre rezei. mas ando rezando freneticamente nos último tempos. hoje fiz um pão de carne. o paulo havia feito no fim de semana e me mandou uma foto. e isso me deu uma vontade louca de fazer. fui procurar a receita e achei uma folha com a tua letra na minha pasta de receitas salgadas. "pão de carne da Minna." eu não sabia que o apelido da tua mãe era com dois N. achei que fosse Mina. hoje fui à igrejinha aqui perto de casa para pedir para rezar um missa pra ti. o tempo passa rápido. no próximo sábado vai fazer cinco anos que nos vimos pela última vez! hoje fui escolher algum colar que era teu no meu armário - e fiquei em dúvida entre o que tem uma florzinha dos alpes seca entre dois vidros dentro de uma moldura redonda de metal, o que tem vidrinhos coloridos e um que

três mulheres

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ela estava numa festa. uma festa da escola, em que famílias inteiras vão juntas e aproveitam a mesma festa. já era noite. eu a encontro com um grupo de amigos. e ela me conta, um pouco sem fôlego, que encontrou N, um garoto com quem ela tinha convivido bastante no ano anterior. mas em algum momento ele teve o celular roubado ou o aparelho havia quebrado, e ele não tinha mais dado notícias. mas apareceu na festa. ela o chamou, e antes de falar qualquer coisa, deu um tapa na cara dele. depois pediu desculpas. ela me conta que o tapa foi dado sem pensar. e que explicou isso a N, mas explicou também que ele pisou na bola ao desaparecer e nunca mais dar notícias. ele se desculpou. ela estava procurando uma fila nos caixas do supermercado. era um domingo, e todas as filas eram longas de dar aflição. quando ela passou por mim, ofereci um lugar na minha frente. ela aceitou, sorriu e agradeceu. embicou seu pequeno carrinho de compras na frente do meu, e me contou que tinha dor nas costas

carta para R

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querida amiga, ironicamente começo a escrever esta carta no dia dos namorados. brindamos ontem e hoje você disse que irá brindar novamente, com a sua amiga, com vinho e bombons. eu fiquei muito tocada ontem quando você disse que está muito cansada. eu sei o que você está sentindo, porque eu já me separei. vi ruir o castelinho de areia que teimamos em construir quando nos casamos, mesmo sabendo, desde muito pequenas, que a qualquer momento uma onda vem e desmancha nosso castelo construído sob o sol escaldante da praia. quando somos crianças, a construção leva uns minutos, talvez uma hora. mas quando nos tornamos adultas, leva vários anos. você sabe que para duas pessoas se separarem, é preciso muita coragem. e muita lucidez também. e ainda resiliência, para aguentar o espaço que se abre - que em alguns momentos parece uma plantação de lavanda, mas em outros parece um rombo escuro dentro do estômago da gente. e nessas horas, o estômago da gente dói como se fosse um órgão doente.

a febre alta, o cuidar e agradecer

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eu nunca tinha pensado nisso. mas foi inevitável. passei pouco mais de 24 horas fora de casa. o que, para uma mãe, é mais ou menos como passar uma semana num SPA. cheguei descansada e feliz. depois de uma caminhada no escuro, surge o sol às 6h e pouco na sala não havia ninguém, apesar de ainda ser cedo. achei um filho em cada quarto. um lendo. o outro debaixo das cobertas, com frio e com calor. mais cedo naquele domingo eu estava sentada ao lado do meu professor e dávamos gargalhada. ele tinha lembrado como eu tinha me machucado durante um retiro de silêncio na bahia. tínhamos ido à praia, e a atividade era andar, umas duas ou três horas, até chegar às piscinas naturais daquela praia. eu me joguei num morrinho de areia, e caí de mau jeito. assim que me dei conta de que não tinha morrido - ah ah ah -, comecei a sentir muita dor. fui me mexendo e com grande alívio me dei conta de que podia me levantar. mães são capazes de pensamentos um pouco histéricos do tipo "ainda bem q