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Mostrando postagens de outubro, 2011

eu babo

eu estava trabalhando, era tarde para os meus parâmetros de vovozinha, e eu escrevi num pedaço de papel "eu babo, tu babas, ele baba". naquele momento eu de fato estava babando, exausta. e achei que o que coloquei entre aspas seria um excelente começo de um texto para este blog. hoje de manhã, quando olhei todas as anotações em todos os pedaços de papeis, na agenda e no caderno do trabalho para começar o dia, pensei meu-deus-que-ideia-idiota. mas eis que passadas umas 24 horas, estou aqui novamente babando! mas que coisa! enquanto dirigia de volta pra casa, há pouco, pensava de novo na ideia do eu babo tu babas etc, e em como isso podia dizer respeito à vida se não de 100% dos pais e mães de gente com menos de 15 anos no planeta, de uns 99,5%, numa visão pessimista. eu ando muito brava. e tenho a impressão de que a minha braveza colabora pro meu estado estou-babando. mas não só. cheguei ao escritório hoje às 7am, e saí um pouco depois das 6pm. e durante esse tempo, trabalhei

sobre as pequenas grandes almas

ele ia fazer 4 anos dali a 3 meses, e o avô tirou as rodinhas da bicicleta. ele aprendeu a pedalar, depois de arremessar a bicicleta o mais longe que podia com a força daquela idade muitas e muitas vezes. e então eu concluí que se era assim, assim seria. e tirei as rodinhas da bicicleta da minha filha quando ela fez 4 anos. ora, pensava eu, se um andou de bicicleta sem rodinhas antes dos 4 anos, a outra também andaria. qua qua qua mil vezes. durante quase 3 anos, carreguei as bicicletas da família. pra praia, pro parque, pra pracinha. um horror, uma musculação involuntária e absolutamente irritante. daqui a 6 meses a lívia completa 7 anos. e foi só agora que uma luz surgiu e eu levei a bicicleta pro carlos, nosso bicicleteiro, para que ele COLOCASSE RODINHAS na bicicleta da lívia. e desde então a guria chega da escola, almoça e desce pra andar de bici. faz manobras radicais, me explica sobre curvas abertas e curvas fechadas, cai no chão, mancha as calças as meias as botas com graxa e d

brinquedo de menino

foi uma emoção quando compramos a televisão nova. até então, vivíamos com um aparelho daqueles minúsculos, cujo tamanho em polegadas eu ignoro. e então, na fase ó-como-a-vida-é-bela-e-como-nos-amamos, fomos montando nossa casa, tão grande pras pouquíssimas coisas que tínhamos. e uma das coisas que resolvemos comprar foi justamente uma bela e enorme TV. duas mudanças, dois filhos e um divórcio depois, a TV começou a me parecer um pouco obsoleta. um número no canto superior esquerdo da tela nunca mais saiu dali - apesar dos esforços do meu filho, que tem uma intimidade assustadora com botões em geral. o canto inferior esquerdo ganhou uma suave mancha verde. o controle orginial há muito se perdeu, e eu comprei um daqueles universais, que custam uma fortuna e que têm tantas funções que jamais usarei nem 50% delas. mas a ideia de comprar uma TV nova me aterrorizava. talvez por eu ser uma pessoa obsoleta, que liga a TV poucas vezes num mês. e também por achar que crianças têm mais o que faze

os bons amigos

ela me ligou ou me mandou um e-mail ou uma mensagem pelo celular, não lembro. dizia que queria ir na minha casa, e falou os dias que podia. algo tipo "queria te ver, posso ir na sua casa terça ou quinta". bem, eu a conheci no trabalho, e com ela eu aprendi que ir direto ao ponto é bom, economiza tempo e mostra a nossa coragem. eu adoro meus amigos que não sugerem, mas afirmam. é por causa deles que muitas coisas boas acontecem. eles me dizem que eu vou almoçar com eles, ou que vou tomar uma cerveja, ou mesmo que eles virão à minha casa tomar um vinho enquanto meus filhos estarão dormindo com a doçura que é típica do sono das crianças. e então ela veio. eu ia fazer um risotto, mas a dieta dela não deixou. então tomamos uma sopa maravilhosa de tomate e grão de bico. e conversamos sobre tristezas e alegrias. tantas tristezas que choramos. e tantas alegrias que gargalhamos. ela foi embora cedo - amigos sábios entendem o quanto precisamos dormir -, e fui pra cama cedo e feliz. na

3:37

quando passei em frente ao relógio luminoso que não traz mais a marca do unibanco, não acreditei. 3:37??? meu deus! eu havia saído para encontrar uma amiga querida um dia antes. e como mães saem de casa para encontrar amigas? esquema. é preciso um organizado esquema. um filho dormiria na casa de um amigo - eu tinha telefonado pra mãe do amigo e perguntado se ele poderia dormir na casa deles. sim, pode, qualquer coisa você vem buscá-lo, me disse ela. bem, o resgate poderia ser necessário, mas não estava nos meus planos. cerveja e estrada não combinam, e eu estaria na cidade e ele, meu filho, na granja viana. minha filha ficaria em casa com a doce nalva, que faria uma hora extra. tudo combinado, um dia de muito trabalho e de calor insuportável, e a cerveja estava maravilhosa. a companhia, divertida, e fiquei dando gargalhada até a hora em que me dei conta de que no outro acordaria cedo. fui embora cedíssimo, às 10pm. tem compromisso matinal?, perguntou meu amigo, quando dei tchau a ele.