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Mostrando postagens de abril, 2012

"folgado, sim; mimado, não"

uma das coisas mui divertidas da maternidade é ver os filhos crescendo. não falo do tamanho, mas da atitude. é a sensação de não estar sendo em vão todo o esforço, a musculação da alma, que dispensamos no intuito de criar, como eu gosto de dizer, seres humanos de verdade. no caso a verdade aqui não é o oposto de mentira. o "de verdade" neste caso são as caracterísitcas que fazem uma pessoa ser especial: bondosa, atenta, solítica, boa ouvinte, conectada, gentil, doce. estávamos havia muito tempo combinando uma ida à liberdade, o bairro japonês aqui de são paulo. o joão queria ir por motivos gastronômicos. e esses motivos têm um nome: bakery itiriki. eu queria comprar luminárias de papel para me livrar do belo e quebrado lustre de cristal da nossa sala. tudo pronto, e a lívia diz que está com dor de barriga. o guri começa a ter um ataque. e uma luz sutil iluminou meu espírito, eu NÃO fiquei furiosa e levei o cara para o quarto dele. lembramos de quando ELE passou mal, ficou u

hoje é sexta-feira, Tião!

- hoje é sexta-feira, Tião! - e amanhã é sábado. o atendente da padaria era um homem velho, daqueles que têm uma aparência antiga. provavelmente as roupas dele deviam ter cheiro de naftalina. mas ele era quase gentil. o cliente que o cumprimentou parecia um velho connhecido. não só o chamou por Tião, como este ainda perguntou se ia comer queijo. a bordagem havia sido mui animada. eu estava ali porque "estava com tempo". tinha chegado à consulta médica muitos e muitos minutos adiantada. e saí andando para tomar um café. achei essa pequena e singela padoca, onde todos os clientes pareciam se conheceer. tomei meu café mui lentamente, e fiquei ouvindo frases soltas. como a do cabra cumprimentando o Tião. o que foi um alívio para mim. sim, eu podia sentir uma alegria só porque era sexta-feira. e então fui caminhando lentamente até a casa onde era o consultório. na hora de ir embora, o trânsito estava medieval. e eu fui curtindo estar parada ou andando a 10km/h. fiquei pensand

pronto. as crianças fizeram aniversário

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nesta foto, momento transe pós festa. eu com a capa que a erika li fez, e que a lívia ganhou de natal. ... quando deus programou a procriação que dizia respeito à minha pessoa, pensou e pensou e concluiu que eu precisava de DOIS arianos na minha vida. e assim o joão nasceu no dia 10 de abril e, três anos depois, a lívia nasceu no dia 15 do mesmo mês. eu não me assusto facilmente. e assim tem sido com todas as festas belíssimas que fazemos na minha casa todo mês de abril, desde 2003, quando o então pequeno joão gabriel completou 1 ano e eu e o pai dele comemoramos com um bolo de maçã e nozes, no nosso singelo apartamento de estudantes em cambridge, nos estados unidos. ... este ano meu filho desejou de aniversário passar a data na casa do nonno e da vovó, que fica em porto alegre. e a lívia ganhou, pela primeira vez, uma festa no parque, com os meninos que fazem brincadeiras há anos nas festas do irmão dela. festão, com toda a turma da escola, mais os melhores amigos que ficaram no jard

sem título

quando a gente mora longe da família, é assim: você sabe que alguém está morrendo por um telefonema. assim foi com a minha nonna. depois com a minha oma. e com a minha tia ienete. e agora com a minha adorada tia olinda. nunca a chamei de tia. mais velha de sete filhos, a olinda sempre foi muito, muito doce. eu era pequena, e uma vez por ano, acho, íamos para ijuí. ir para ijuí era uma longa, longuíssima jornada para nós, que éramos pequenos e não entendíamos nada sobre "ir", porque só queríamos "chegar". meus pais deitavam o encosto - único - do banco de trás do carro, e armavam uma cama para nós três. colocavam edredons, e íamos dormindo. não lembro das malas. talvez fossem num bagageiro em cima do carro, ou ao nosso lado. passados 10 minutos de estrada, começávamos: "paaaaaaai, falta muito?". o velho, que nunca foi a pessoa mais paciente do mundo, não gostava da pergunta. muitas vezes ele virava para trás aos gritos, e dizia que não devíamos