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Mostrando postagens de setembro, 2012

acabei me distraindo

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é engraçado como algumas pessoas perdem importância nas nossas vidas, enquanto outras ganham. eu estava andando pela calçada quando ouvi a voz dele. ele caminhava na calçada oposta. andávamos em direções opostas também. ou seja, o encontro era inevitável. nos olhamos, eu acenei e, para o meu espanto, segui andando. isso faz valer a máxima "aproveite o momento". e ponto final. como assim eu não atravessei a rua para dar um beijo e um abraço? é que tudo na vida começa e termina, baby. ... ... sabia que precisava mexer com as mãos. por isso fui àquele encontro de mulheres que iam fazer trabalhos manuais. inventei uma desculpa: tinha de entregar as três bolas de natal que tinha confeccionado. mas como não teria nada para fazer no tal do encontro - eu já tinha aprendido a fazer as tais das bolas forradas de tecido -, levei um trabalho de ponto cruz que estava quase pronto. senti uma alegria imensa ao sentar entre mulheres que iam trabalhar com as mãos. e eis que me sent

os bons modos das moças

ele chegou quando nós já estávamos na mesinha do bar. e então minha amiga e eu nos viramos para chamar o garçom e pedir um copo. ao que ele prontamente diz que era uma tarefa dele, o único homem sentado naquela mesa. e para ilustrar - e ele é um excelente contador de histórias -, contou como o então namorado da mãe dele deve ter dormido no sofá do quarto do hotel novaiorquino quando eles foram passar uma "lua-de-mel" naquela cidade belíssima. eles, a mãe e o namorado, tinham terminado de jantar em um restaurante, quando a mãe dele chamou o garçom. e pediu para ele dizer ao cozinheiro que o jantar estava ótimo, que ela tinha adorado a comida. o namorado, um gentleman - eu suponho -, ficou em estado de choque. e meu amigo gargalha. e conta que a mãe dele estava separada havia uns dez anos, época durante a qual vinha criando os filhos sozinha, quando conheceu o namorado que ficou furioso com a conversa dela com o garçom. e eu, que horror!, fiquei chocada com a história. e pe

as baratinhas no boteco da esquina

há anos, vários anos, passo por aquele boteco e digo pra mim mesma: um dia venho tomar uma cerveja aqui. e eis que percorro vários quarteirões da vibrante vizinhança e não encontro nenhum bar decente aberto. é estranho, como bares abrem somente à noite nesta cidade cinza. depois de andarmos um bocado, paramos no boteco que fica a uma quadra da minha casa. minha amiga e eu, num happy hour depois de uma rápida reunião. era o meu rodízio, e eu tinha de parar o carro até as 17h, sob risco de ser multada se não o fizesse. por isso saímos andando em busca de um lugar decente para tomar uma ceva gelada. minha amiga é mais velha do que eu. leia: mais sábia. eu, louca pra ir ao banheiro, e ela já pergunta pro garçom se é preciso "pegar a chave". claro que era. e quando me encaminho ao banheiro um dos funcionários gentilmente pula na minha frente com o braço esticado para me dar a chave. isso deve ser uma das coisas mais brasileiras do mundo: a chave do banheiro das mulheres - acho q

aperta e afrouxa

o telefone tocou. e uma voz masculina perguntou por alguém que não era eu. disse algo como "não sou eu". ao que escuto: queira desculpar, foi engano. meu deus!, que delicadeza. vou lembrar de dizer isso da próxima vez que discar (ahn?) errado. ... saí da escola e vi que o trânsito estava parado. isso não é normal. ali o trânsito é sempre lento, nunca parado. e então, pela primeira vez em quase quatro anos, participei do "fechamento da raposo tavares". devo dizer que foi uma experiência feliz. coloquei um pé pra fora do carro, escutei boa música com o motor do carro desligado. liguei o rádio para descobrir por que três helicópteros sobrevoavam na minha frente e um deles tinha pousado - claro que algum devia ser um urubu, dessas emissoras de TV nojentas que adoram mostrar os horrores da cidade. um motoqueiro tinha sido atropelado, me informa o ricardo boechat. não olhei no relógio, mas parece que fiquei quase uma hora parada. é incrível como todos ficamos calmos q