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Mostrando postagens de 2012

os presentes de natal sob medida

as horas se arrastam. mas o pior já passou. estava exasuta, em todos os sentidos em que estar exausta se enquadra. e só por isso - podia ter uma explicação mais complexa, para não ficar me enchendo de culpa - não viajei para passar o natal com os meus pequenos filhos. fiquei tentando me lembrar de uma mãe adorável que tenha feito isso, e não me lembrei de nenhuma. então fiquei em primeiro lugar da minha lista. não de mães adoráveis, óbvio, mas de mães que estão exaustas e, por isso, decidem ficar em casa sozinhas para passar o natal. na verdade, não fiquei sozinha para passar o natal. fiquei sozinha porque o natal era agora, e eu estava impossibilitada de viajar. as crianças foram. para minha alegre surpresa, foram e estão felicíssimas. para elas, o natal consiste em ganhar presentes. para mim, consiste em outras coisas. e está sendo horrivelmente triste e encantador estar só nesses dias todos e descobrir o que são as "outras coisas". fiz uma lista de coisinhas que eu ti

la vie en rose

a cidade estava parando. no bom sentido. as ruas quase calmas, e todas as pessoas com a cara de é-quase-natal. e então me lembrei de um amigo que fez a seguinte analogia dia desses: quando você tá apertado pra ir ao banheiro e tá quase chegando em casa, você começa a relaxar, e se algo der errado e você NÃO chegar em casa, você vai acabar fazendo xixi na calça. pois era essa a cara de todo mundo na rua hoje. a vida vai ficando mais mansa porque SABEMOS que não vamos trabalhar feito loucos pelos próximos dias. e se alguém disser que algo deu errado e que TEREMOS de trabalhar nos próximos dez dias, não vamos conseguir. delícia. o trabalho nesses dias é um esforço. mas depois vem o ócio. la vie en rose. ... tive de colocar o despertador pra me acordar. não era nada cedo, mas precisava estar no escritório às 10h, e antes disso era preciso passar no mecânico e resgatar meu pequeno carro. e enquanto ia fazendo as coisas que precisavam ser feitas - preparar o café da manhã, deixar um bilh

desculpa, dona faz tudo

este fim de ano não será como os outros. das trocentas - e infindáveis - listas, muitas ainda existirão no próximo ano. a casa não está arrumada, nem dona faz tudo está descansada. ficou tudo de pernas por ar. não desorganizado, mas um pouco zoado. e lá vou eu explicar. mamãe precisa dormir. mamãe precisa ir ao cinema. mamãe precisa chorar. mamãe precisa ficar sozinha, em silêncio. e depois de muitas e muitas horas sozinha, mamãe precisará sair por aí de bicicleta. mamãe precisa comer pouco, beber o suficiente, e rir só se for engraçado de verdade. ... é bom passar por situações limite, quando você fica em dúvida se vai dar conta do recado. são dias de aulas intensivas de economia de energia: você só gasta o necessário. e assim foram as últimas semanas. homens bobos, crianças indóceis, verdades aparecendo enlouquecidamente dentro de mim. uma maravilha, se não doesse. mas dói. e, claro, azar o meu. a dor pode ser dividida, mas não terceirizada. e então descobri amigos preciosos, qu

como se escreve dru?

dezembro tem cheiro bom. faltavam uns dias pro mês começar, e eu senti o cheiro bom enquanto andava numa calçada perto de casa. fiquei pensando, e não consigo explicar. só contar. ... o guto escreve no facebook que o ano foi horrível. algo como "se pudesse, gostaria de enterrar o ano que passou". aí lembrei que o pai dele morreu faz pouco, e que a mulher dele (do pai) é chatíssima. mesmo assim, não é possível "enterrar" o que aconteceu. é preciso aceitar, e eventualmente perdoar. ... ele sabe meu nome, e eu não sei o dele. ele é podre de gostoso (será que se fala assim aqui na cidade cinza?) e sempre me dá oi com entusiasmo e beijo na bochecha. hoje descobri o que ele faz para viver, e fiquei pensando que além de gentil, gostoso e bonito, o cara é legal. ... li pras crianças "a christmas carol", do charles dickens, numa versão brasileira e adaptada para crianças. perguntei se eles não achavam que a história dava medo, e eles disseram que não. a lívia

"eu não vou chegar"

era sábado. sabia que não devia contar com a calmaria de um fim de semana, porque existem coisas que nunca são calmas em são paulo. uma delas é o trânsito sobre a ponte que me permite cruzar o rio pinheiros para seguir em direção à escola das crianças. e assim foi. em vez dos 12 minutos que eu poderia levar, para chegar a uma reunião com uma folga de 15 minutos - o mundo ideal para pessoas que não passam bem com atrasos -, demorei 45 minutos. "eu não vou chegar" era o mantra que tomou conta dos meus pensamentos. coloquei boa música, pensava em coisas boas, mas "eu não vou chegar". eu estava furiosa, e nessas horas s-e-m-p-r-e penso em sair correndo da bela e cinza são paulo. eu cheguei. e para minha surpresa, a reunião, que sempre começa pontualmente, naquela manhã de sábado estava atrasada 15 minutos. alívio. e a raiva foi-se. mas eu fiquei pensando no não chegar. um dia antes, eu fiquei sentada mais de 2 horas e meia no carro para percorrer os 20km que separam

à espera

(...) mas não se pode esperar um dia 100 por cento. se você conseguir 51, você ganhou. charles bukowski ... como se eu estivesse esperando alguma mensagem, uma novidade, o reaparecimento de alguém há muito sumido, não conseguia trabalhar. cheguei cedo ao escritório, e tinha muito trabalho. mas a cena era patética: eu olhava para o texto que tinha de terminar e não conseguia fazer nada. não conseguia ler, não conseguia ter ideias, não conseguia enxergar os erros.  então ia até a copa, tomava água e um pouco de café, e voltava. e lá estava o mesmo texto. respirava, anotava alguma coisa na agenda, e nada. lembrei de marcar uma consulta médica. respondi a alguns e-mails. e nada de inspiração. e assim foi o dia. sem inspiração, mas com trabalho. sorry, baby. da próxima vez, serei herdeira. por ora morro de nojo da ideia de ter alguém pagando as minhas contas. e assim sigo trabalhando para viver, como se diz. faço o que eu quero, não devo nada a ninguém. só uns pilas pro itau, que receb

a hóspede em porto alegre

acordei e fui para o cozinha esquentar água para o chá de menta da horta do velho e para o chimarrão. a louça usada no jantar de ontem jazia esculhambada por toda a enorme pia. eu não mexi em nada. quando somos visitas, temos a obrigação de não causar. e aqui na casa dela é assim: ela acha um horror deixar a louça de molho. então ficam os pratos espalhados por metros e metros de pia. jamais ligo o computador para escrever de manhã cedo. de manhã escrevo no papel. mas aqui, na casa que não é minha, nem papel tenho. então trouxe a velha e bela cadeira de balanço que era da minha avó para o jardim, coloquei a máquina sobre as coxas e cá estou escutando a música dos passarinhos e vendo o azul escândalo do céu de porto alegre. os dias têm sido maravilhosos. na sombra é fresco, no sol é quente, e na piscina é gelado. ontem minha mãe fez 70 anos. e as celebrações já tinham começado. viemos pra porto alegre três dias antes, por causa dos preços das passagens. e enquanto meu pai levava o cac

o surto da barraca

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ela deixou o pacote no meu apartamento. a caixa de madeira forrada de tecido estava dentro de uma sacola. quando abri, a surpresa. um cartão agradecia a nossa paciência com a obra dela. a nina mora em cima do nosso apartamento. assim nem parece uma barraca. pois num ato de coragem e loucura comprei uma barraca grande, fácil de montar e desmontar, fácil de carregar e guardar. quando abrimos a bolsa verde, fomos tirando as partes.essa da foto era a primeira parte a ser montada. o cizo ia me ajudando, e eu ia tendo cada vez mais certeza de que tinha surtado. e ele dizia que a primeira vez era a mais difícil de todas. talvez seja mesmo. vamos ver na segunda montagem. essa é a entrada. uma exuberante sala, e dois, d-o-i-s quartos. maravilhosa. ainda em estado de choque, fotografei os fundos da barraca antes de desmontá-la. isso sim deu muito, mas muito mais trabalho do que montá-la. a noite na barraca foi ótima.

a vida pode ser sexy

é engraçado, quase sinistro, como a vida fica interessante quando damos tempo para viver um dia depois do outro. hoje eu andei de roda gigante umas cinco vezes - e olha que não me aventuro em brinquedos hardcore há mais de uma década! enquanto me concentro, as longas cortinas da enorme janela da sala voam animadamente com o vento que finalmente traz refresco. o silêncio reina na casa. as crianças voltaram de uma festa longínqua. vieram de carona com o daniel que, suíço que é, trouxe meus filhos no horário combinado - depois de alguns telefonemas e negociações quase desesperadas dos meus filhos, que queriam ir atrás de doces no condomínio lá nos cafundós; o halloween anda fazendo um sucesso desnecessário aqui na bananaland. então vamos à roda gigante. ... "você é tão simples e tão chique", ele me falou, enquanto eu andava alegremente rumo ao trabalho. ele é um menino adorável, mora na favela, trabalha muito. quer ser jornalista, e tenho certeza de que poderá ser um dos bon

la felicità

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ele me disse que acabou com o perfil dele no facebook. não era nada de mais, mas ele achava que a vida dos outros era mais divertida que a própria. eu não acreditei quando ele me disse isso. mas ele continuou, sério: "e falei pra minha analista. o facebook é ruim pra autoestima". achei esquisito. eu acho tudo do facebook tão fake, tão over. aquelas fotos de gente feliz, de dez anos atrás, com 15kg a menos, pelamordedeus. e as fotos das famílias doriana? e as frases de amor? ... falávamos sobre trabalho, e sobre uma vaga a que meu amigo está concorrendo. tudo top secret, eu ouvindo atentamente, ele dizendo "tita torce por mim". e então ele disse que precisa trabalhar num lugar em que as pessoas sejam valorizadas. eu ri e disse que eu também. mas ele foi enfático. ele precisa muito disso. fiquei pensando: o cara é inteligente, competente, educadíssimo, trabalha muito bem - já trabalhamos juntos - e ainda por cima é belíssimo. hellooooooooo!, imagina se o cara fosse

a resiliência

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Acepções ■ substantivo feminino 1     Rubrica: física.      propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à forma original após terem sido submetidos a uma deformação elástica 2     Derivação: sentido figurado.      capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má sorte ou às mudanças   ... os dias estavam sendo longos. sorte é que eu fico muito cansada, e preciso dormir cedo. senão teriam sido dias mais longos ainda. quem tem filhos sabe que eles entram em férias. diferentemente dos adultos, que trabalham o ano todo pensando nas férias, fazendo planos, contraindo dívidas, as crianças entram em férias e nem se dão conta. "sim, filho, você está de férias" é uma frase que é repetida dezenas de vezes. ou "você ainda tem 26 dias de férias". e como crianças são mais sábias que nós, adultos, a vida deles segue tranquila mesmo durante as férias. eles acordam no mesmo horário, e ficam prontos para fazer coisas, passear, brincar. mas nós, adul

o rolo compressor e a elizabeth bishop

o banheiro teria de ser parcialmente quebrado. diferentemente do que eu tinha imaginado - vamos quebrar tudo, colocar outros azulejos, pensar noutro piso, e adeus fabuloso trabalho de mosaico com a bela carpa! -, a coisa ficou simples. dez dias, 4m² de pastilhas brancas. ponto final. mas nesses dez dias, passamos a usar o exíguo banheirinho. chuveiro elétrico, toalha fora do banheiro para não molhá-la, só uma pessoa dentro do pequeno espaço de cada vez. e no primeiro banho o joão começou a chorar. disse que aquilo era frio, horrível. eu comecei a rir. como nos acostumamos a tudo e não damos conta do que é diferente! depois contei a história da reclamação dele no escritório, e todos foram às gargalhadas. é claro que meu filho já tomou zilhões de banhos num chuveiro elétrico, mas isso nas férias, na casa de praia do avó, na bahia. nunca em casa. e em casa não conseguimos fazer algo diferente. tudo tem de ser sempre igual. por isso nos desesperamos se o gás acaba, se falta luz, se o sin

acabei me distraindo

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é engraçado como algumas pessoas perdem importância nas nossas vidas, enquanto outras ganham. eu estava andando pela calçada quando ouvi a voz dele. ele caminhava na calçada oposta. andávamos em direções opostas também. ou seja, o encontro era inevitável. nos olhamos, eu acenei e, para o meu espanto, segui andando. isso faz valer a máxima "aproveite o momento". e ponto final. como assim eu não atravessei a rua para dar um beijo e um abraço? é que tudo na vida começa e termina, baby. ... ... sabia que precisava mexer com as mãos. por isso fui àquele encontro de mulheres que iam fazer trabalhos manuais. inventei uma desculpa: tinha de entregar as três bolas de natal que tinha confeccionado. mas como não teria nada para fazer no tal do encontro - eu já tinha aprendido a fazer as tais das bolas forradas de tecido -, levei um trabalho de ponto cruz que estava quase pronto. senti uma alegria imensa ao sentar entre mulheres que iam trabalhar com as mãos. e eis que me sent

os bons modos das moças

ele chegou quando nós já estávamos na mesinha do bar. e então minha amiga e eu nos viramos para chamar o garçom e pedir um copo. ao que ele prontamente diz que era uma tarefa dele, o único homem sentado naquela mesa. e para ilustrar - e ele é um excelente contador de histórias -, contou como o então namorado da mãe dele deve ter dormido no sofá do quarto do hotel novaiorquino quando eles foram passar uma "lua-de-mel" naquela cidade belíssima. eles, a mãe e o namorado, tinham terminado de jantar em um restaurante, quando a mãe dele chamou o garçom. e pediu para ele dizer ao cozinheiro que o jantar estava ótimo, que ela tinha adorado a comida. o namorado, um gentleman - eu suponho -, ficou em estado de choque. e meu amigo gargalha. e conta que a mãe dele estava separada havia uns dez anos, época durante a qual vinha criando os filhos sozinha, quando conheceu o namorado que ficou furioso com a conversa dela com o garçom. e eu, que horror!, fiquei chocada com a história. e pe

as baratinhas no boteco da esquina

há anos, vários anos, passo por aquele boteco e digo pra mim mesma: um dia venho tomar uma cerveja aqui. e eis que percorro vários quarteirões da vibrante vizinhança e não encontro nenhum bar decente aberto. é estranho, como bares abrem somente à noite nesta cidade cinza. depois de andarmos um bocado, paramos no boteco que fica a uma quadra da minha casa. minha amiga e eu, num happy hour depois de uma rápida reunião. era o meu rodízio, e eu tinha de parar o carro até as 17h, sob risco de ser multada se não o fizesse. por isso saímos andando em busca de um lugar decente para tomar uma ceva gelada. minha amiga é mais velha do que eu. leia: mais sábia. eu, louca pra ir ao banheiro, e ela já pergunta pro garçom se é preciso "pegar a chave". claro que era. e quando me encaminho ao banheiro um dos funcionários gentilmente pula na minha frente com o braço esticado para me dar a chave. isso deve ser uma das coisas mais brasileiras do mundo: a chave do banheiro das mulheres - acho q

aperta e afrouxa

o telefone tocou. e uma voz masculina perguntou por alguém que não era eu. disse algo como "não sou eu". ao que escuto: queira desculpar, foi engano. meu deus!, que delicadeza. vou lembrar de dizer isso da próxima vez que discar (ahn?) errado. ... saí da escola e vi que o trânsito estava parado. isso não é normal. ali o trânsito é sempre lento, nunca parado. e então, pela primeira vez em quase quatro anos, participei do "fechamento da raposo tavares". devo dizer que foi uma experiência feliz. coloquei um pé pra fora do carro, escutei boa música com o motor do carro desligado. liguei o rádio para descobrir por que três helicópteros sobrevoavam na minha frente e um deles tinha pousado - claro que algum devia ser um urubu, dessas emissoras de TV nojentas que adoram mostrar os horrores da cidade. um motoqueiro tinha sido atropelado, me informa o ricardo boechat. não olhei no relógio, mas parece que fiquei quase uma hora parada. é incrível como todos ficamos calmos q

vou fingir que sou uma samambaia

pronto, cheguei. tivemos uma reunião de trabalho hoje, o pai dos meus filhos, a gabi, mulher dele, e eu. organizamos os fins de semana que não eram organizados havia uns 200 anos. "mas podemos ajustar?", ela perguntou. sim, claro, sempre há imprevistos na vida de todos. graças a deus. mas eu fiquei tentando fazer cara de samambaia, e não consegui. almoçar com ex-marido não é pra qualquer uma. puta merda. mas o melhor de tudo, além da minha falta de ar ao não conseguir fingir que eu era uma planta num vaso no canto de uma sala qualquer, foi sentar ao lado dos meninos do escritório no restaurante. helloooooooo, você vai TER DE SER UMA SAMAMBAIA AGORA, BABY. e então apresentei "o pai dos meus filhos" aos meninos, e seguimos almoçando. foi um alívio poder acertar questões latentes - leia: fins de semana com ou sem filhos? -, mas não sabia que eu passava mal desse jeito. o quê? aflição assim? oh yeah. muitas aflições. dessa vez não mais adolescentes. ainda bem. uma

gentileza provoca felicidade

cheguei à agência dos correios mais cedo do que o expediente do lugar. fui andando resolver outras coisas, e voltei 2 min antes da abertura. uma grávida e eu usufruíamos daquele cenário cinza: uma calçada dessa cor, na av. brigadeiro luis antônio, um lugar xexelento na bela e poluída são paulo. uma moça se aproxima da enorme porta de vidro, gira a chave e pronto, entramos. nem precisamos de senha, diz ela, já que os atendentes nos aguardam! 1 ponto. chego na frente do senhor que me atende e digo que tenho uma carta simples para são paulo e uma porção de coisas para o interior da bahia. tranquilamente, ele me diz que "vale mais a pena encher a caixa até completar 3 kg. pode deixar aqui separada comigo, sair e depois voltar". não, eu não queria mandar nada mais pra minha amiga além de um álbum de fotos que eu montei e fiz a capa, um livro que ela me emprestou, uma camiseta azul para combinar com o azul da cor do mar dos olhos do filho dela e dois (!) vidros de geleia de campo

o domingo e o melhor de são paulo

não lembro sobre o que ele tinha escrito naquela coluna. mas dizia que, para duas pessoas que casam, é preciso gostos afins. e, para ele, uma das coisas era no domingo sair da cama, pegar o jornal e voltar pra cama. e então olho o título da revista que vem encartada no jornal de domingo, "o melhor de são paulo", e começo a gargalhar ao pensar o que o melhor da cidade agora é a minha cama. passeio de bicicleta na beira do rio, corrida na praça, ida ao bairro japonês para comprar tofu de alta qualidade. todos os planos foram abortados. sigo feliz aqui. lenta, com o jornal repousando sobre um travasseiro, minha agenda, um livro hilário. e, no meu colo, esta máquina com a qual escrevo. tenho sono, mas não aquele sono de dormir. é um sono de ficar mole mesmo. o bom é que sempre dá pra gente aprender coisas e descobrir outras (dá no mesmo, non?). por isso que eu adoro cada fio branco que pula - sim, eles têm vida e movimentos prórpios - da minha cabeça. ... eu tinha saído de c