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Mostrando postagens de julho, 2020

carta para mim

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e se eu me tratasse bem? não como lixo mas do jeito que adultos amorosos tratam as crianças? e se ao me olhar no espelho eu jogasse fora minhas concepções tortas de mim mesma? não, isso não é piegas isso é curativo, reconfortante e pode me salvar do lixão a céu aberto em que fui jogada quando não olharam para mim nem me escutaram agora isso não tem mais importância porque entendi que eles fizeram o melhor que podiam fizeram o melhor que aprenderam com pais ocupados impacientes e medrosos quando gritam conosco aprendemos a gritar também mas quando falam olhando nos nossos olhos aprendemos a olhar os outros também olhe para você e goste de tudo é difícil mas vai te salvar porque como canta o chico até um copo vazio pode ser visto como cheio de ar comece pela casa: tire o que não gosta, livros que você nunca vai ler sapatos que machucam seus pés calças apertadas e quadros que não trazem alegria depois vá para a mesa e coma comidas que deix

e como se livrar da nuvem cinza? do mau humor?

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eu estava tomando café da manhã. no céu dava pra ver uma faixa cor de rosa. o dia estava começando. acendi uma vela, pra não precisar acender a luz (ou melhor, as luzes da cozinha, que parecem as de um set de TV). cortei meus cabelos curtos. estavam compridos. e os salões fechados. e a minha cabeleireira, que não mora em são paulo, sem poder vir pra cidade cinza há meses. cortamos, minha filha e eu. cada uma com uma tesoura. ficou ótimo, mas eu não olhava como tinha ficado na parte de trás - eu sabia que eu pegaria a tesoura para dar uma ajeitada. e nem foi preciso. a evelyn finalmente veio para são paulo, e oito dias depois de eu ter feito uma meleca capilar, ela terminou o corte. bem mais curto, para arrumar todas as cortadas que eu tinha feito uma semana antes. eu não me importo com cortar o cabelo. desde sempre. quando eu era pequena, minha mãe me levava num salão onde adultos assustadores cortavam meu cabelo com navalha. eu chorava. não lembro se minha mãe não via ou se via e nã

meu deus, como não reclamar?

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um dia sem reclamar. 24 horas. ela disse que isso era impossível. eu disse então para ela tentar um turno. uma manhã, que fosse. não, não dava. uma hora? ela disse que não dava para ficar em reclamar. umas semanas depois, meu professor dá uma lição de casa mais severa do que a que eu tinha dado para as minhas alunas. duas semanas sem reclamar. 14 vezes o desafio das 24 horas. eu sou muito crente*. o que torna mais fácil seguir o que parece difícil. por acreditar, eu me jogo do trampolim SABENDO que vai ser bom para mim. não necessariamente agradável nem divertido, mas bom. aprendendo a boiar em qualquer lugar eu também sou bem humorada. não sempre, mas quase. então dei uma risada entusiasmada quando escutei meu professor dizendo " two weeks without complaining ". ele também é uma pessoa bem humorada e deu risada ao falar da lição. ele sabe o quanto seus alunos se esgoelam pra dar conta de pôr em prática os ensinamentos sábios que atentamente escutamos, na esperança