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Mostrando postagens de fevereiro, 2013

a ida, a volta, a festa

 a mala pesava 13,2kg. só com roupas de festa. o que inclui bolsas, sapatos, maquiagem e pashmina. ... do ônibus, uma placa indica "cidade". um conforto no coração. a cidade não é pequena, mas tem alma de cidade pequena. uma lindeza. as pessoas andam com calma, as calçadas são largas, limpas e planas, e há muitas e muitas casas de cem anos, lindas de morrer. ... eu nunca voei sem dormir, mas era uma causa nobre. achei que aeroportos estivessem fechados às 5h30. mas estão abertos. e com gente. o avião é novo. está muito vazio. deve ter umas 20 pessoas. eu morri de saudades do meu velho amor no baile. de quando a gente dançava e se amava, não tanto como eu gostaria, mas era um bom amor. ... homens pretos e brancos cheirosos passam na minha frente. meu nariz sente o cheiro bom e meus olhos veem homens belos.  ... "seu cabelo tá bom. não ficou aquela bolota de bruxa" disse minha filha, enquanto eu e ela íamos andando numa calçada perto de casa, voltando pra casa

como viajar sozinha?

faz pouco mais de um mês, acho, que ela me falou da formatura. fazia anos que não nos víamos, e eu pensei que seria incrível se eu conseguisse IR a uma colação de grau e a um baile. e então começou a epopeia. como uma mãe viaja sozinha? foram várias tarefas. quase uma gincana. - achar alguém para ficar com as crianças. e essa parte foi a mais tensa. até uma semana atrás não sabia se viriam os dois ou só o meu pai. três dias atrás minha mãe me disse que também viria. - achar alguém que leve as crianças e depois as busque na escola. primeiro meu pai sugeriu que eles não fossem à escola. "é só um dia", foi o argumento. pedi para um casal de amigos levá-los.  e voltarão de ônibus. - organizar a ida de um filho a um acampamento. ora pois, não é que no dia do baile da minha afilhada o meu filho tem um acampamento? lista de itens para a mala, ficha de saúde preenchida, documentos separados, e um bilhete com o endereço do ponto de partida de onde sairá o ônibus para o acampamento

TITINHA, ARRUMAR. PELAMOR!

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eu tinha deixado o recado no meio de um texto. estava exausta, não aguentava mais trabalhar, e o recado ficou para a tarefa "de amanhã". como se eu soubesse que o recado ia funcionar não só para eu lembrar de arrumar um trecho horroroso de um texto ininteligível, mas para me deixar animada. e, claro, funcionou. com amor sempre funciona. bem, essa era a introdução. agora vou falar sobre o que interessa. estávamos muito cedo de manhã tomando um café delicioso na escola. é um ritual do qual sou adepta e fã há quatro anos, quando meus filhos começaram a estudar lá na roça. como provavelmente menos de 5% dos alunos moram perto da escola, tem uma garrafa de café muito fresco na cantina da escola todas as manhãs, por volta das 7h. assim, dá pra esperar meia hora pro trânsito aliviar, ou fazer uma reunião ou, uau!, conversar com as amigas. na frente da cantina, no dia em que o joão saiu para a primeira viagem de classe. o travesseiro ficou. no meu caso, que vou pra roça às 6h

quanto vale o chambre de seda?

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o dia seria medieval. a medida é assim: se eu tenho de começar a trabalhar tão cedo que começo o dia de pijama e sem café da manhã, entra na minha cota de "dias difíceis". tenho horror de trabalhar muitas horas seguidas. acho cansativo, sem graça e besta. e eu sabia que nesse dia, com sorte, eu pararia de trabalhar perto da meia-noite. e assim foi. o lado bom, e desculpem os céticos, mas ele sempre existe, é que em dias medievais o trabalho é tamanho que a dor é pequena. e então eu fiquei olhando pro meu fabuloso chambre de seda chinesa vermelho com desenhos pretos que tive certeza de que o tal do chambre estava fazendo o começo do dia ser, pelo menos, lindo. não só a seda é macia. as partes que se cruzam na frente são enormes, e parece que o chambre me abraçou. simples. pensei que cada real investido valeu a pena. e dei graças a deus que tenho uma casa para trabalhar duro em dias assim, e poder me sentir feliz. ou quase.  ... as aulas voltam amanhã.