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Mostrando postagens de janeiro, 2012

siamo tutti bene

cada vez mais tenho certeza de que vale a pena viver o momento. isso quer dizer viver uma coisa de cada vez, fazer tudo devagar e não ter falta de ar. e então, para colocar minhas teorias à prova, meus filhos reduziram as férias deles com o pai a cinco dias. sendo que nesses cinco dias - seis, na verdade, contando o dia que eles passaram na estrada para voltar pra casa -, me ligaram muitas vezes, ora chorando, ora perguntando 'mãe, quando você vem nos buscar?'. ou seja, uma tortura, pelo menos para mim. tentei reduzir as ligações a uma por dia, e no primeiro dia do acordo eles perguntaram se podiam me ligar não só de manhã, mas à tarde também. voltaram e ficamos mui felizes. eu não acreditava que eles estavam trocando banhos de mar por um sofá velho da nossa sala, mas essa foi a escolha deles. é engraçado quando tudo o que você organizou deixa de fazer sentido. eu trabalhando - muito -, as crianças de férias em casa, a empregada de férias na bahia. o que fazer? trabalhar, cozin

faça disso o seu nirvana - parte II

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últimas fotos. joão andou pela casa da praia para tirar fotos. uma forma alegre de dizer adeus, pensei. esta é a janela do nosso quarto, onde passamos as últimas férias desde 2005. ... eu estava em casa, achando que existem surpresas na vida que são totalmente dispensáveis. e então dei uns telefonemas para cancelar os compromissos que podiam ser cancelados naquele dia cheio de trabalho e de imprevistos. "faça disso o seu nirvana", ele me disse. levei a sério. e é isso que estou tentando fazer todos os dias. mas tem horas em que a decisão não vem. então segui outra máxima, que é "na dúvida, não ultrapasse". fiquei quieta e atenta, tentando entender como uma criança às vezes pode sentir tanta dor. e como se fosse um milagre, a resposta veio no meu sonho. clara, claríssima. acordamos nem tão cedo assim para os nossos padrões de família que vive na roça e acorda com os galos. e não saímos de casa até a metade da tarde, quando fomos andando ao cinema, para depois voltar

faça disso o seu nirvana

ela conta a história sempre com bom humor, mas com um pouco de incredulidade também. a mãe dela foi fazer faculdade quando já tinha tido as filhas. então levava todas - três - a tiracolo. tinha uma creche na faculdade justamente para essa alunas que eram mães. mas antes de a creche exisitir - e tomara que minha memória esteja me ajudando neste momento -, a nísia levava as meninas pra faculdade e as deixava na lanchonete, enquanto ia assistir à aula. ... cheguei ao escritório com as duas mãos ocupadas. numa segurava uma mão do joão, noutra segurava uma mão da lívia. com a emprega de férias, arranjei uma substituta que, depois de um dia de trabalho, adoeceu. ela chegou à minha casa e quando fui dar bom dia ela começou a chorar, colocou uma mão sobre o estômago e começou a se retorcer. disse que fosse ao médico e depois que fosse pra casa descansar. "mas você não vai ficar brava comigo?". não, eu não ia ficar brava. nessas horas a gente não fica brava: fica furiosa ou desesperad

voltamos

o silêncio reina. escuto o barulho do vento, uns galhos de árvores que se mexem. e uns carros que passam. mas não muito perto. voltamos das minhas curtas férias. fomos passar as festas de dezembro lá na bela e verde porto alegre. e agora as férias do joão e da lívia chegaram à metade, eu volto à labuta amanhã. eles ainda descansam em casa por uns dias, e depois irão ao rio de janeiro e à ubatuba. e ainda descansarão outros dias em casa até a volta às aulas. fomos pro sul nos despedir da linda e singela casa de praia que os meus pais construíram 32 anos atrás. eles decidiram vendê-la, e nós fomos, felizes da vida, pro último veraneio em xangri-lá. sim, este é o nome da praia, antes uma prainha, agora uma praia de gente bem rica, ou bem metida a rica, com casas grandes, cercas, alarmes e quetais. e veraneio é como a gente chama o período que passamos na praia. com "a gente" me refiro aos gaúchos. e pronto. foi só chegar pro último veraneio que eu enxerguei tudo com outros olhos