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Mostrando postagens de setembro, 2015

A mala do filho

As crianças estão acostumadas a viajar desde sempre. Moramos longe dos avós deles, e também morei nos Estados Unidos logo que meu filho nasceu. Depois o pai deles foi morar no Rio de Janeiro. Viajamos – ou eles viajam – muito. Eles viajam mais do que eu. Então a mala faz parte da vida deles.  Se uma criança não sabe fazer a mala a partir da idade em que já sabe escolher uma roupa – isso seria aos 3 anos? Ou aos 5? 7? Não lembro -, ela vai ter uma certa dificuldade em cuidar da própria bagagem. E talvez se torne uma pessoa que não dá conta de separar umas mudas de roupa pra passar uns dias fora de casa. Mas a maior dificuldade, é claro, é a gente deixá-la arrumar as suas coisas. Ah que trabalho que dá aguentar um filho fazer a sua mala e não ir lá mexer em tudo o que ele arrumou. E assim foi. O João ia viajar hoje com a classe dele. Então pedi que ele separasse as roupas ontem à tarde, e eu ia dar uma olhada – coisa que eu não faço há anos, mas achei que era necessário. Ah ah ah.

liv e a vida de verdade

era um documentário. a liv ullmann falava da vida dela e, claro, da relação com ingmar bergman, pai da única filha dela. eu assisti em são paulo. numa sala de cinema. mas tenho a impressão de que foram poucas as pessoas que assistiram. eu tenho adoração por ela e por ele. e depois que vi o filme, minha adoração aumentou. como é difícil viver uma vida de verdade. numa cena do filme, ela diz que tem muita raiva, e que essa raiva ela usa para atuar. noutra parte ela diz que um dia falou pro bergman que achava um saco a carreira dela sempre estar relacionada à dele. ao que ele respondeu que ela era o stradivarius dele, e com ela (liv) ele (bergman) pode tocar/executar a arte dele. e no fim ela conta que nunca tinha usado um avião só pra ela. mas um dia ela teve um pressentimento e alugou um avião para ir a faro, ilha que fica no fim do mundo e onde eles se conheceram e bergman viveu uma grande parte da vida dele. quando ela chegou, teve tempo de se despedir dele, que estava morrendo - e

as roupas e a alegria

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eu tenho medo de um dia acordar e ser uma pessoa irrelevante. uma pessoa que não tem nada pra fazer nem pra dizer, que não vai fazer ninguém nem triste nem feliz. mas enquanto esse dia que eu temo não chega, eu vou me divertindo - e levando o medo comigo, sem deixá-lo crescer demais. chamei muitas mulheres para uma sessão vamos-nos-livrar-do-que-não-usamos-mais. eu faço essas sessões na minha casa uma ou duas vezes por ano. é assim: um dia eu pego um pedaço de papel e faço uma lista enorme de amigas conhecidas e tals que poderiam gostar de vir trocar roupas. depois olho no calendário para achar uma data. sem crianças em casa funciona melhor. data escolhida, mando e-mail. todo mundo sempre tem pelo menos uma blusinha, um cinto talvez, que não faz mais diferença dentro do armário. mas desta vez foi muito divertido ter encontrado um vídeo que fala sobre o assunto - as roupas que temos e por que devemos manter só aquelas que nos trazem alegria. o vídeo fala do livro da marie kondo,