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Mostrando postagens de janeiro, 2013

a rua veneza

eu tinha de chegar ao escritório para uma reunião. ainda que chata.  na hora de manobrar o carro na garagem, o cabra chega perto e pergunta se o carro é meu. sim, é. e então ele gentilmente mostra onde ele tirou uma lasca do para-choque do meu carro. e diz que está na obra do 122, e que vai deixar o telefone com o ferreira, na portaria, e eu digo tá bom estou indo pra uma reunião tchau. no caminho, fico em dúvida se devo cumprir com a besta obrigação que estava sendo postergada havia mais de um mês, talvez dois: levar o carro para lavar. fiquei pedindo para minha gentil intuição se manifestar. ante o silêncio, lá fui até o posto onde lavam meu carro em poucos minutos, na esquina do prédio onde eu teria a tal da reunião. carro limpo, vou estacionar. uma volta na rua onde sempre paro. volta na quadra. outra volta. pego outra rua, depois dou umas voltas e pego outra paralela. nada. sinto uma vontade louca de ir embora pra casa. sigo rodando. olho pra placa que indica onde estou e leio

para o joão

desde que me conheço por gente, como se diz lá na minha terra, queria ter cinco filhos. primeiro, os planos eram feitos com o namorado "amor da minha vida". aos 14 anos o namorado é sempre o amor da nossa vida. mas o namoro terminou, e claro - graças a deus -, eu não tinha nem um, muito menos cinco filhos. depois, no primeiro casamento, eu queria ter filhos. diz o meu ex-marido que toda vez que eu queria, ele não queria, e vice-versa. eu só lembro da parte em que eu dizia que queria ter filhos e ele dizia pra eu deitar na rede que a vontade ia passar. enfim, no segundo casamento, finalmente colaborei para o aumento da população. mas tudo foi muito rápido. primeiro, casei sem namorar. um dia saí para jantar com o alessandro e fomos morar juntos. sete anos depois, tínhamos mudado o estado civil, usávamos belíssimas alianças, tivemos dois filhos - o joão e a lívia - e nos separamos. well well well. e assim, dessa forma singela, termina a minha epopeia "quero ter cinco fi

cada vez menos COISAS

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"muito bom. parece a mesa de uma rainha." estávamos preparando o nosso jantar, quando a lívia disse isso. depois do banho, ela tinha perguntado "tá, e agora eu coloco pijama?". eu disse que não, que ela devia colocar o vestido que tínhamos escolhido. para crianças, a coisa do ano novo é um pouco vaga. então eu disse a ela que íamos jantar, e depois iríamos dormir, e quando acordássemos no outro dia já era o novo ano. e quando ela responde ah, tá, é sinal de que entendeu. era um jantar para nós duas, somente. cada uma escolheu o que gostava. a lívia escolheu salada de frutas com cerejas frescas e ovos de codorna. eu, que andava bem desanimada com todas as festividades desta época, fiz uma farofa de nozes e castanhas e frutas secas absolutamente fabulosa e lentilhas. comemos à luz de velas, e brindamos com suco de tangerina e água com folhas de menta. ela brinca o dia todo, e eu vou aproveitando as férias sem nada especial, mas com a melhor coisa que se