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Mostrando postagens de agosto, 2012

vou fingir que sou uma samambaia

pronto, cheguei. tivemos uma reunião de trabalho hoje, o pai dos meus filhos, a gabi, mulher dele, e eu. organizamos os fins de semana que não eram organizados havia uns 200 anos. "mas podemos ajustar?", ela perguntou. sim, claro, sempre há imprevistos na vida de todos. graças a deus. mas eu fiquei tentando fazer cara de samambaia, e não consegui. almoçar com ex-marido não é pra qualquer uma. puta merda. mas o melhor de tudo, além da minha falta de ar ao não conseguir fingir que eu era uma planta num vaso no canto de uma sala qualquer, foi sentar ao lado dos meninos do escritório no restaurante. helloooooooo, você vai TER DE SER UMA SAMAMBAIA AGORA, BABY. e então apresentei "o pai dos meus filhos" aos meninos, e seguimos almoçando. foi um alívio poder acertar questões latentes - leia: fins de semana com ou sem filhos? -, mas não sabia que eu passava mal desse jeito. o quê? aflição assim? oh yeah. muitas aflições. dessa vez não mais adolescentes. ainda bem. uma

gentileza provoca felicidade

cheguei à agência dos correios mais cedo do que o expediente do lugar. fui andando resolver outras coisas, e voltei 2 min antes da abertura. uma grávida e eu usufruíamos daquele cenário cinza: uma calçada dessa cor, na av. brigadeiro luis antônio, um lugar xexelento na bela e poluída são paulo. uma moça se aproxima da enorme porta de vidro, gira a chave e pronto, entramos. nem precisamos de senha, diz ela, já que os atendentes nos aguardam! 1 ponto. chego na frente do senhor que me atende e digo que tenho uma carta simples para são paulo e uma porção de coisas para o interior da bahia. tranquilamente, ele me diz que "vale mais a pena encher a caixa até completar 3 kg. pode deixar aqui separada comigo, sair e depois voltar". não, eu não queria mandar nada mais pra minha amiga além de um álbum de fotos que eu montei e fiz a capa, um livro que ela me emprestou, uma camiseta azul para combinar com o azul da cor do mar dos olhos do filho dela e dois (!) vidros de geleia de campo

o domingo e o melhor de são paulo

não lembro sobre o que ele tinha escrito naquela coluna. mas dizia que, para duas pessoas que casam, é preciso gostos afins. e, para ele, uma das coisas era no domingo sair da cama, pegar o jornal e voltar pra cama. e então olho o título da revista que vem encartada no jornal de domingo, "o melhor de são paulo", e começo a gargalhar ao pensar o que o melhor da cidade agora é a minha cama. passeio de bicicleta na beira do rio, corrida na praça, ida ao bairro japonês para comprar tofu de alta qualidade. todos os planos foram abortados. sigo feliz aqui. lenta, com o jornal repousando sobre um travasseiro, minha agenda, um livro hilário. e, no meu colo, esta máquina com a qual escrevo. tenho sono, mas não aquele sono de dormir. é um sono de ficar mole mesmo. o bom é que sempre dá pra gente aprender coisas e descobrir outras (dá no mesmo, non?). por isso que eu adoro cada fio branco que pula - sim, eles têm vida e movimentos prórpios - da minha cabeça. ... eu tinha saído de c

eram 18h58, e eu na cama

assim como o dinheiro, que a gente pode usar onde quiser e perder o controle, a nossa energia pode evaporar sem a gente saber onde foi parar. e foi sem me dar conta disso que achei que dois anos com calças dependuradas no armário sem uso eram o suficiente. cito as calças mas há também os vestidos, as bermudas e os shorts. e então copiei a dieta medieval detox que eu gosto de fazer de vez em quando e que fazia dois anos, desde que os marlboros e eu rompemos a relação, que eu não conseguia fazer. nesse longo período de mais de 600 dias, descobri que carregar quilos a mais não era privilégio de comilões que têm preguiça de fechar a boca. há os que não conseguiam fechá-la, mas como isso nunca tinha acontecido comigo, pensava que não existisse. colei a folha de papel com as instruções da dieta detox ao lado da mesa da cozinha, onde meus filhos e eu costumamos tomar o café da manhã e jantar. comprei tudo o que era preciso - iogurtes, toneladas de verduras, pão sueco - e avisei a doce nalva

sozinha

eram 8h, e eu teria de sair para uma reunião na escola às 8h30. nenhum dos dois queria ir para a casa do pai. e, de repente, os dois resolveram ir. as mochilas estavam prontas. faltava a bicharada que os acompanha à noite na cama. cada um com seus bichos, e lá fomos nós. crianças no pai, fui para a minha reunião. sem pressa. nem para chegar, nem para ficar, nem para partir. quando era hora de voltar pra casa, tive a feliz dúvida da liberdade. não sabia para onde ir, nem o que fazer. vim pra casa. tentei almoçar com uns amigos, mas nos desencontramos. almocei em casa, sozinha e feliz. montei um pequeno álbum de fotos, que será um presente para minha anfitriã das férias baianas. e dormi. quando acordei, o dia já tinha acabado. fiquei na cama acordando devagar. saí da cama e fui colocar ordem na cozinha, que tinha sido abandonada depois do almoço. jantei, li o jornal, li um pouco de um livro e dormi de novo. eu tinha certeza de que não passaria a noite sozinha. há muitos meses minha fi

le haim

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  havia tempos falávamos em comemorações. mas como estamos sempre ocupados, não sobra tempo para celebrarmos. mas celebrar o que mesmo? eram tantas coisas que tínhamos esquecido. primeiro, trabalhar com pessoas ótimas. segundo, vários trabalhos que conseguimos terminar com trabalho árduo. terceiro, novidades nas equipes - as novidades são sempre recebidas com temor, mas é preciso apreciar o novo, mesmo com desconforto. a data foi marcada. e, no dia, estava eu a fechar um trabalho. então entre um e-mail e outro, e entre uma checagem de um arquivo e outro, eu ia até a cozinha misturar a massa da torta de maçã, ou ajudar a nalva a montar a incrível e leve lasanha que ela preparou, ou ver se as crianças estavam indo pro banho para eu colocá-las na cama ANTES que os meus amigos chegassem. oh yeah, não era o ideal, mas o que é o ideal mesmo? o que eu tenho ou o que eu queria ter? minhas costas ardiam um pouco, e meu filho, com muita doçura, disse "mãe, vai tomar um banho e relaxar&

shortcuts

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 ela diz que não quer ter filhos. odeia trocar fraldas com cocô. .... parecia uma rainha. fomos ao parque fazer um piquenique com as crianças. e ela, que esteve doente, ainda se sente cansada. sentou-se numa sombra, e lá ficou. linda, lúcida e feliz. .... ela me conta que quando o conheceu, teve vontade de ter três filhos com ele. mas não dá. quando ela teve o terceiro filho, fez cirurgia para evitar mais um herdeiro. ela TINHA achado que três eram de bom tamanho. porque ela os cria sozinha. .... o sonho dela é ser mãe. "existem sonhos da vida da gente que não acontecem", me diz, sobre a irmã que ainda não é mãe. .... ela ficava louca com ele. mas não dizia nada, porque ele era casado. "não sou vagabunda, não sou vagabunda, não sou vagabunda", disse pra amiga quando contou que o havia encontrado. tinha virado um mantra. mas ela seguia sonhando com ele. e isso ela não contou pra ninguém. .... trago seu amor em 6 horas. estava escrito numa placa na av. JK.

desculpa, mas você não tem direitos

a palavra "desculpa" é para colocar um pouco de fineza nos fatos, se é que isso é possível. era uma vez um restaurante japonês que abriu uma filial na rua henrique monteiro - ruazinha pequena, cheia de restaurantes que atendem às trocentas pessoas que trabalham na região, faria lima, rebouças e arredores. o tal do restaurante, temakeria & cia., instalou o que eu imagino ser um exaustor, na chaminé. e o exaustor, barulhento, é ligado por volta das 11h até as 15h e depois por volta das 18h até a 1h. o barulho entra por t-o-d-a-s as janelas do meu apartamento. no início pensei que fosse um barulho daqueles que alguém da vizinhança provoca mas que um dia para. mas não parou. e então começou a minha epopeia. que agora eu conto aqui porque não sei mais o que fazer. liguei para o restaurante, e perguntei se o tal do barulho vinha da chaminé deles. a moça que me atendeu, andrea, disse que não, que o barulho devia vir do restaurante vizinho. pedi para falar com o gerente. ela t