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Mostrando postagens de novembro, 2012

"eu não vou chegar"

era sábado. sabia que não devia contar com a calmaria de um fim de semana, porque existem coisas que nunca são calmas em são paulo. uma delas é o trânsito sobre a ponte que me permite cruzar o rio pinheiros para seguir em direção à escola das crianças. e assim foi. em vez dos 12 minutos que eu poderia levar, para chegar a uma reunião com uma folga de 15 minutos - o mundo ideal para pessoas que não passam bem com atrasos -, demorei 45 minutos. "eu não vou chegar" era o mantra que tomou conta dos meus pensamentos. coloquei boa música, pensava em coisas boas, mas "eu não vou chegar". eu estava furiosa, e nessas horas s-e-m-p-r-e penso em sair correndo da bela e cinza são paulo. eu cheguei. e para minha surpresa, a reunião, que sempre começa pontualmente, naquela manhã de sábado estava atrasada 15 minutos. alívio. e a raiva foi-se. mas eu fiquei pensando no não chegar. um dia antes, eu fiquei sentada mais de 2 horas e meia no carro para percorrer os 20km que separam

à espera

(...) mas não se pode esperar um dia 100 por cento. se você conseguir 51, você ganhou. charles bukowski ... como se eu estivesse esperando alguma mensagem, uma novidade, o reaparecimento de alguém há muito sumido, não conseguia trabalhar. cheguei cedo ao escritório, e tinha muito trabalho. mas a cena era patética: eu olhava para o texto que tinha de terminar e não conseguia fazer nada. não conseguia ler, não conseguia ter ideias, não conseguia enxergar os erros.  então ia até a copa, tomava água e um pouco de café, e voltava. e lá estava o mesmo texto. respirava, anotava alguma coisa na agenda, e nada. lembrei de marcar uma consulta médica. respondi a alguns e-mails. e nada de inspiração. e assim foi o dia. sem inspiração, mas com trabalho. sorry, baby. da próxima vez, serei herdeira. por ora morro de nojo da ideia de ter alguém pagando as minhas contas. e assim sigo trabalhando para viver, como se diz. faço o que eu quero, não devo nada a ninguém. só uns pilas pro itau, que receb

a hóspede em porto alegre

acordei e fui para o cozinha esquentar água para o chá de menta da horta do velho e para o chimarrão. a louça usada no jantar de ontem jazia esculhambada por toda a enorme pia. eu não mexi em nada. quando somos visitas, temos a obrigação de não causar. e aqui na casa dela é assim: ela acha um horror deixar a louça de molho. então ficam os pratos espalhados por metros e metros de pia. jamais ligo o computador para escrever de manhã cedo. de manhã escrevo no papel. mas aqui, na casa que não é minha, nem papel tenho. então trouxe a velha e bela cadeira de balanço que era da minha avó para o jardim, coloquei a máquina sobre as coxas e cá estou escutando a música dos passarinhos e vendo o azul escândalo do céu de porto alegre. os dias têm sido maravilhosos. na sombra é fresco, no sol é quente, e na piscina é gelado. ontem minha mãe fez 70 anos. e as celebrações já tinham começado. viemos pra porto alegre três dias antes, por causa dos preços das passagens. e enquanto meu pai levava o cac

o surto da barraca

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ela deixou o pacote no meu apartamento. a caixa de madeira forrada de tecido estava dentro de uma sacola. quando abri, a surpresa. um cartão agradecia a nossa paciência com a obra dela. a nina mora em cima do nosso apartamento. assim nem parece uma barraca. pois num ato de coragem e loucura comprei uma barraca grande, fácil de montar e desmontar, fácil de carregar e guardar. quando abrimos a bolsa verde, fomos tirando as partes.essa da foto era a primeira parte a ser montada. o cizo ia me ajudando, e eu ia tendo cada vez mais certeza de que tinha surtado. e ele dizia que a primeira vez era a mais difícil de todas. talvez seja mesmo. vamos ver na segunda montagem. essa é a entrada. uma exuberante sala, e dois, d-o-i-s quartos. maravilhosa. ainda em estado de choque, fotografei os fundos da barraca antes de desmontá-la. isso sim deu muito, mas muito mais trabalho do que montá-la. a noite na barraca foi ótima.