Postagens

Mostrando postagens de dezembro, 2019

os dias nada divertidos passados ora na cama, ora no sofá

Imagem
nós éramos três. morávamos na última casa da rua, que era uma rua sem saída. antes da reforma, a casa era pequena e ocupava metade do terreno. a outra metade era ocupada pelo jardim. brincávamos muito. tanto em casa e no quintal quanto na rua. naquela época os pais eram corajosos e deixavam os filhos na rua até a noite chegar, hora em que as crianças voltavam pra casa contra a sua vontade para tomar banho, jantar e dormir. nós três tentávamos brincar juntos, mas era difícil. meu irmão, dois anos mais velho, tinha mais energia que nós duas. minha irmã, dois anos mais jovem do que eu, aceitava brincar, mas não lembro da nossa interação. e eu era uma chata.  brincávamos de playmobil. e para horror do meu irmão, a minha brincadeira era sempre, sempre a mesma. eu escolhia um boneco homem e um boneco mulher, que formavam um casal. eu escolhia peças para uma pequena casa e cerca, e montava a casa deles, cercada. lembro de às vezes escolher um guarda que cuidava da casa deles. essa era a min

pode parar

Imagem
"diz-se que tudo que procuramos também está à nossa procura; que, se ficarmos bem quietos, o que procuramos nos encontrará." eu já conhecia a frase, mas me deparei com ela novamente ontem, num livro que eu acabei de ler e recomecei, pra ir entendendo o que eu vou entender em uma vida inteira de leitura (a propósito, o livro é "mulheres que correm com os lobos", uma enxurrada de conhecimento acerca do feminino que toda mulher e todo homem deveriam ler algumas vezes para que cheguemos perto de algo que está muito, muito distante da maioria de nós). e agora, deitada no sofá, de banho tomado, com um lenço de seda ao redor do pescoço para aquecer uma garganta dolorida e suando como se tivesse voltado de uma corrida de uma hora, a frase ficou fazendo pim pim pim na minha cabeça. eu adoeci. e tenho a impressão de que esta é a doença de dezembro. o ano vai acabando, a minha exaustão vai subindo e, sabiamente, meu corpo dá uma desacelerada. fico doente pra me curar da min

um ano sem comprar: eu consegui!

Imagem
ele é muito inteligente, e sempre me diz coisas que eu jamais imaginei. abri meu armário para mostrar a ele, que tinha ficado uma semana fora, a incrível organização. e suspirei, "mas passado um ano, meu armário segue cheio". "as coisas acabam menos quando você não compra nada", me disse. "e acabam mais quando você compra." uau. era isso. a conversa aconteceu umas três semanas atrás, quando eu estava perto de atingir a minha ousada meta de passar um ano sem comprar roupas (nem sapatos ou acessórios). parabéns, eu digo pra mim mesma. eu completei meu sabático. que alívio, que alegria, que liberdade. eu mando na minha carteira. eu não compro só porque está em promoção. eu preciso de muito pouco. um ano sem comprar não é pobreza, é fartura. porque só se compra o necessário. e faz você se dar conta do que é realmente necessário. e o necessário, desculpa desapontar nosso consumista interior, é muito, mas muito pouco. eu fui me livrando de tudo o que não er