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Mostrando postagens de março, 2012

devemos criar afetos, não desafetos

eu nunca tinha ido a uma defesa de tese - tenho de checar se é assim mesmo que se fala. mas dessa vez fui convidada e consegui desmarcar, adiar e cancelar compromissos para, às 14h, chegar à USP e, depois de dar uma bela volta por uma grande e linda avenida, encontrar o prédio e, por fim, a sala 114. não demorou para eu descobrir que uma defesa de tese é um evento longo. eu havia me programado para ficar na sala 114 por quase duas horas. mas aí soube que a conversa se alongaria até pelo menos as 18h. me sentei muito perto da porta, para que a deselegante saída fosse quase imperceptível. e então, quando todos os professores chegaram, a orientadora apresentou a doutoranda e os integrantes da banca, e os trabalhos começaram. eu não olhei no relógio, mas a apresentação da tese deve ter durado pouco menos de uma hora. e foi muito legal. a dani fez uma análise de textos que tratavam de contaminação do solo publicados pela Folha de S. Paulo e pelo Estadão, de 1992 até 2007. e pa

quem cuida da nossa cidade?

nós éramos crianças e passávamos todas as longas férias de verão na casa de praia. eram uns 60 dias, nos quais, além de irmos à praia, andarmos de bicicleta e jogarmos vôlei no gramado da casa, visitávamos amigos e parentes dos nossos pais. minha mãe tinha três primas, e não lembro se as três ou somente duas ou uma só tinha um apartamento num prédio antigo no centrinho de Capão da Canoa, a maior "cidade" daquelas praias. e nesse prédio, que era geladinho por dentro, tinha uma placa falando da exigência do respeito ao silêncio depois do almoço - acho que das 13h às 15h, e à noite, tipo a partir das 22h. eu, que era criança, achava aquela placa um pouco assustadora. nós também tínhamos de fazer silêncio depois do almoço, para os nossos pais descansarem, e à noite, bem, à noite sempre dormíamos. mas não havia placa na nossa casa, claro. mas me lembrei da placa do prédio da Irene, da Gerturd ou da Laura no sábado, quando meu filho acordou perto da meia-noite e disse, meio choroso

como é difícil mudar

chegamos em casa há pouco. altas horas da madrugada para quem acordou às 5am. e mais altas horas ainda para duas crianças que acordaram pouco depois das 5:30am, foram pra escola e depois passaram a tarde brincando e jogando futebol. mas dessa vez foi diferente. eu fui buscar as crianças sem pressa e sem mau humor. resgatei um em cotia. ele jogava wii com o amigo, e reinava o mais absoluto silêncio, porque todos os outros convidados já tinham partido. aceitei a cerveja que a anália me ofereceu, e nos sentamos na cozinha da maravilhosa casa que ela e o marido construíram, onde o cheiro do mato é fresco e forte e a lua de fato ilumina o jardim. tomei a cerveja tranquilamente enquanto conversávamos sobre morar no meio do mato ou morar em são paulo. e então partimos rumo à granja viana. a lívia estava na festa de aniversário de uma amiga. dessas festas com alma, em que a tia fez o bolo, e a dona da casa cozinhou macarrão para as crianças que tinham fome. mais uma vez me sentei, e tomamos vi

amor, raya, ahava e dod

li num artigo do New York Times, faz um tempo, que tem o povo que faz "slow blogging". eu, que escrevia mais do que escrevo aqui mas ainda assim escrevia pouco para um blog, adorei o nome que deram às pessoas que escrevem assim, devagar. mas agora, que estou escrevendo mais devagar ainda, preciso achar um nome melhor. sempre existe um bom motivo. ou estamos trabalhando muito, ou estamos de férias, ou o que mais?, estamos sem ideias. mas dessa vez foi diferente. fui assistir a uma palestra sobre educação sexual. não esperava nada. mas sabia que seria bom, porque na escola dos meus filhos a educação dos pais não é menos importante que a educação dos nossos filhos. e eles se esmeram. e eu, que tive aulas sobre o tema quando estava na escola, lembrava dos desenhos dos aparelhos reprodutores feminino e masculino. uau!, super estimulante. e eis que a médica começa falando de amor. ainda agora me sinto boba, passada mais de uma semana. não devo ter ido à escola no dia em que a abord