Postagens

Mostrando postagens de dezembro, 2015

que falta faz uma mãe

Imagem
senti um alívio quando amauri saiu da estradinha com curvas assustadoras e pegou a SP-050, monteiro lobato, com curvas um pouco menos assustadoras, rumo a campos do jordão. eu estava saindo do meu refúgio do meio do mato resgatada por uma rede de amigos. tínhamos chegado dois dias antes, minha filha e eu. convidamos uma amiga da lívia, mas, com caxumba, ela não pôde ir. lívia tinha ficado boa da caxumba tinha uma semana. eu estava contente. ia passar o fim do ano no meio do mato. enchi o porta-malas de comidas e bebidas - muito de ambos. eu tinha alugado um chalé/quarto, sem sala. mas um dia antes da nossa ida, oskar me liga pra dizer que a casa da onça, essa com sala e cozinha, estava desocupada, e eu poderia ficar nela. foi a nossa escolha, quando chegamos e solange, a caseira, nos mostrou as duas opções de hospedagem. livia aproveita e se joga na rede nossa primeira refeição, quando começou a chover no meio do mato a noite é mais escura. como chovia, nem ficamos olhand

não pira, menina

ando pelo casa só de calcinha, meio atrapalhada. são 4pm e ainda não almocei - só deixei uns quiabos de molho no limão muitas horas atrás, e me perdi no horário trabalhando. as crianças saíram. e casa está imunda e silenciosa. eu sabia que eu ia trabalhar no fim do ano, mas não pensei que trabalharia tanto. desde o dia 23 à noite, quando saí do escritório, tenho trabalhado. todos os dias, de camisola, de short, de camisola de novo. e agora de calcinha, pra ver se termino logo e vou tomar banho e cozinhar os deliciosos quiabos. e então fiz uma lista de tantas coisas que eu fui juntando ao longo de um ou dois ou três meses, eu não me lembro mais. coisas simples como fechar as contas do mês de dezembro para mandar para o contador; e complexas, como ir até o bairro da liberdade comprar duas luminárias japonesas de papel para fazer a minha sala parecer uma sala e não um lugar que passou por algum conflito. esqueci de pagar a escola, e de fazer uma matrícula. também não combinei com a minh

eu esqueci que era natal

desta vez, o natal foi chegando mais devagar. uns dois meses atrás, minha filha e eu passamos por algum lugar em são paulo que já tinha uns enfeites cafonas de natal, e ela disse: "mas ainda falta tanto tempo..." sim, faltava muito tempo. e eu, que cada vez mais quero fazer tudo com lentidão, já deveria estar pelo menos pensando que o natal estava chegando. mas eu me dei ao luxo de não pensar, de não lembrar. e então não fiz lista de presentes a comprar, nem de cartões a enviar. não comprei quilos de farinha e açúcar para as crianças fazerem bolachas, nem comprei nada para os professores das crianças - exceção para um par de canecas floridas. não abri o maleiro para tirar todas as caixas com bolas vermelhas e ursinhos de madeira ou tricô, nem pendurei calendários de advento nas paredes, nos quais costumava, nos últimos 12 anos, colocar um chocolatinho por dia, "presente dos anõezinhos" para as crianças. nem presépio, nem árvore. ontem, cinco dias antes do natal,

you need tranquility

Imagem
eu acho normal falar que eu medito, e falo pra todo mundo. no trabalho, no ônibus, pros amigos, pros conhecidos, pros amigos dos meus filhos. quando você gosta, é fácil. você é um divulgador. e foi assim. um amigo queria saber sobre cursos de meditação, e eu descobri um retiro na bahia. sim. isso mesmo, um retiro na bahia. eu, calma e reservada que sou, disse pra ele, o amigo, que podíamos ir de carro. ele declinou - tanto de carro quanto de avião, não, ele não iria. eu, na hora, não me dei conta. reservei pousada voo e vaga no retiro, e fui atrás de amigos queridos para hospedar meus herdeiros por 12 ou 13 dias. ousadia.  não lembrava que o meu mantra quando meu primeiro filho nasceu era "mãe também é gente", tampouco lembrava que havia anos eu queria ficar em retiro. estava feliz da vida, e fui organizando tudo. trabalhei muito, declinei alguns convites - trabalho, jantar e tals -, consegui hospedagem pras crianças, arrumei as malas delas, coloquei resposta automática n

fazia muito tempo

fazia tempo que eu não tomava uma cachacinha que eu não dançava feliz que eu não era abraçada com volúpia por um desconhecido fazia tempo que eu não emagrecia que eu não morria de rir que a saia preta não servia e eu ando tonta de feliz tonta de forte tonta de medo eu respiro e penso na cabana onde quero ficar quieta meditando com as minhas preces e morrendo de rir eu tô tão feliz como fazia tempo desde que eu nasci eu não andava ria vivia assim.