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Mostrando postagens de maio, 2019

os cheiros do amor e a Brené Brown

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tenho tentado fazer caminhos diferentes nas minhas caminhadas matinais com 5% de corrida. procuro entrar em ruas em que não costumo andar, acho que vou dar num lugar e dou noutro. e vez ou outra, a glória!, eu me perco, mesmo estando a poucas quadras da minha casa. e foi assim no domingo. eu vinha numa rua e dobrei numa esquina em que eu não tinha certeza onde iria dar. não me perdi, só tive aquela sensação boa de oh essa rua dá na praça e eu nem sabia! mas ao virar a esquina da ruazinha que eu não sabia ou não lembrava que dava na praça eu vi uma senhora que me fez lembrar muito a minha mãe. a estatura média, o corpo de uma pessoa que não é magra nem gorda, a roupa bem passada e combinando, o casaquinho de linha jogado sobre os ombros, o cabelo visivelmente penteado por um cabeleireiro e com uma boa dose de laquê. e o cheiro. o perfume maravilhoso que senhoras endinheiradas e de bom gosto usam! era o cheiro da minha mãe. imaginei que esta senhora estava saindo da missa dominical, c

os Buddhas entre nós

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tem os que gostam do dia. e tem os que gostam da noite. desde sempre eu adoro acordar cedo. e como diz uma amiga minha, eu sou a única pessoa que ela conhece que acorda feliz - que não precisa de um tempo para passar do estágio oh-meu-deus-tenho-que-sair-da-cama-mas-estava-tão-bom-aqui para o estágio pronto-acordei-o-dia-começou-vamos-nessa. tudo isso pra dizer que sair de casa quando o sol já foi dormir não é algo usual para mim. eu acordo antes do sol, e faço muitas coisas durante o dia. o que quer dizer que quando o sol vai dormir eu também quero ir dormir. ainda que o meu fisioterapeuta-bruxo teime em dizer que eu sou do tipo noturno, que deveria ir pra cama por volta das 4h e acordar depois do meio-dia, eu posso tranquilamente acordar às 4h30 ou 5h e começar a trabalhar às 6h. mas era um desses dias em que eu achava que valia a pena sair de casa no horário em que normalmente estou jantando e me preparando para ler ou ver um filme ou conversar com os meus filhos. era um evento o

abraçando a oportunidade de ir

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cheguei na frente da porta da minha casa, parei, meti a mão na bolsa e peguei a chave. mas, antes de usá-la, coloquei a mão na maçaneta e abri a porta. eles não tinham trancado a casa. tinham dormido com a porta fechada, somente. a sala estava escura. o mundo estava escuro. passava um pouco das 5h. o ônibus, que eu entendi que chegaria umas 5h30, chegou às 4h40 a são paulo. dei uns passos sala adentro, arrastando minha mala de rodinhas devagar, para não fazer barulho. senti o cheiro dos meus filhos. senti o alívio que sinto toda vez que entro em casa voltando de uma viagem. eu fiquei dois dias e meio fora. saí à noite no sábado, voltei antes do amanhecer da terça. mas tenho a impressão de que estive fora por vários dias. quando eu viajo eu mudo o jeito que eu olho o mundo, e talvez mude também o modo como percebo o passar das horas. nesses dois dias que pareceram uma semana, eu fiz tudo o que eu não costumo fazer. viajei de ônibus, dormi poucas horas, dormi num futon, fui à praia, nã

um ano sem comprar roupas - 5 meses

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hoje faz cinco meses que eu não compro roupa .o acordo, feito comigo mesma, é esse mesmo. um ano sem compras. o que mais me afligia, desde que inventei essa história, dia 10 de dezembro do ano passado, era não ter tido nenhum ataque, de nenhum tipo. ansiedade? nada. desespero? nada. pesadelos? nada. passar vontade? nada. impulsos de consumo descontrol tendo de ser reprimidos? nada. que chatice. então o que eu achava que seria libertador - um ano sem compras - não era nada? WTF. mas a vida é sempre assim. nos traz surpresas. e esta semana eu finalmente tive uma sensação de alívio . passar na frente de lojas que estão por todos os lados e não entrar traz alívio. olhar manequins em poses às vezes bizarras, parar para olhar e saber que não vou comprar nada traz alívio. entrar em sites que vendem roupas que eu acho lindas e saber que não vou comprar nada por pelo menos mais sete meses... ah, muito alívio. ... a cidade está frenética. o mercado público de pinheiros estava lotado, os