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Mostrando postagens de março, 2015

o dia dos milagres

abri os olhos e vi que tinha luz. fiquei olhando pro pequeno corredor e pensei que alguém estivesse acordado na sala, e com a luz acesa. mas a luz que eu enxergava da minha cama não era uma luz de lâmpada, era uma luz do dia. olhei no celular e vi 6:18. vi também na tela escrito "alarme". e percebi que tinha perdido a hora. eu acordo todos os dias às 5h. isso já faz alguns anos - começou quando meus filhos foram estudar na roça, que é como eu chamo carinhosamente o bairro onde fica a escola deles. também conhecido como o "o fim do mundo". pulei da cama o mais lentamente que pude e fui chamar as crianças com o máximo de doçura que consegui. eu estava saindo da cama na hora em que costumamos sair de casa. e um filminho passou pela minha cabeça - lembrei das milhares de vezes que acordei e tive de sair correndo. tipo a minha vida inteira, desde a infância até uns 30 anos (?). enquanto a água esquentava na chaleira, tomei um banho o menos loucamente que pude. perceb

sobre mulheres que não param

ela era do tipo que nunca ficava sentada. nunca. a impressão que eu tinha, conforme eu ia crescendo, era que ela tinha alguma coisa na bunda. era isso o que diziam pra nós, crianças, quando um coleguinha não ficava sentado na classe: "fulano tem um furúnculo", ou "fulano tem um percevejo no bumbum" - neste caso, acho que se referiam ao objeto que usamos para fixar folhas num quadro de cortiça. e eu achava que era isso o que a minha mãe tinha - alguma coisa na bunda, que a impedia de ficar sentada. muitos e muitos anos depois é que eu fui entender por que uma pessoa não consegue ficar sentada. nós estávamos hospedando duas meninas de 11 anos num fim de semana. faz parte da política do Cisv, que promove acampamentos de crianças e adolescentes ao redor do mundo: famílias hospedam seu filho quando ele viaja, e a contrapartida é você hospedar crianças - gringas ou brasileiras - quando os acampamentos ocorrem no brasil. dessa vez, mia, americana, e filippa, sueca, passa