sobre o mês de dezembro

O vento gelado batia e esfriava as partes do meu corpo que estavam descobertas: pernas, mãos, pescoço e cabeça. O relógio do parque marcava 16°C, um grau a mais que a temperatura divulgada pela moça do tempo do rádio, e um a menos do que marcava o termômetro do meu carro desde as 6h30 da manhã. A volta no parque é grande, e eu fiquei entediada. Quando cheguei no ponto em que eu começaria a corrida, não consegui correr. Muita leveza, muita lerdeza. Sem correr, fui andando meio borocoxô. E fiquei pensando no mês de dezembro. Fui dizendo muitos nãos ao longo do mês que ainda não terminou. Deixei de ir a uma festa onde encontraria amigos queridos de longa data. Não confirmei uma happy hour no escritório. Não marquei um encontro de amigas na minha casa que até já tinha data reservada. Nem irei jantar com as minhas amigas de infância. Por um momento fiquei desconfiada que eu tinha virado uma velha ranzinza. Mas quando uma das minhas amigas de infância com quem eu tentava marcar...