a baby sitter, as risadas e as unhas


ela me indicou uma baby sitter. não só indicou. ela me convidou para irmos ao cinema, agendou a baby sitter e ainda pagou as horas dela. eu nem acreditava. cinema sábado à noite? fomos ver um filme horroroso, saímos na metade, e adoramos mesmo assim.
isso já tem uns dias, e eu escrevi no meu caderno "baby sitter" pra não esquecer de escrever. escrevi também unhas, o que é bizarro. eu consegui cortar as unhas em paz, e isso é um feito para uma mãe. desculpem-me se os estou decepcionando.
bem, nas minhas anotações "para não esquecer de escrever" tinha ainda a palavra risadas. isso mesmo: risadas. só isso. claro que não foi o suficiente para me fazer lembrar sobre o que eu tinha pensado em escrever. mas num momento revolta, coloco a palavra aqui e penso que quis me lembrar de escrever sobre boas risadas. ponto final.
uau, tudo isso para falar de outra coisa. quando conto pr'alguém que tenho um blogue, e digo "sozinha é o dobro", sempre fico pensando se seria eu uma panaca ou não. por que escolher um nome desses?
ah, mas se tem uma coisa que faz sentido na vida, e desculpem-me mais uma vez, é a intuição. eu a tenho seguido. não sei calcular, mas a intuição entra em ação todos os dias na minha vida.
e por isso eu dei esse nome estranho ao meu blogue. e se algumas vezes não lembro o sentido disso, noutras lembro tanto que chega a doer. e assim foi quando estava conversando com meu compadre. é bem verdade que já conversamos mais. ultimamente nos vemos pouco e nos falamos menos ainda. mas sábado nos encontramos, e eu tinha de falar algumas coisas para ele.
ele foi criado pela mãe, viúva, que deu conta de criar os dois moleques sozinha. e ele sempre me fala coisas legais sobre isso. dessa vez falávamos de filho - ele tem dois, como eu - e escola e perrengues. ele é um cara sério. e então me disse para não cair na cilada de ouvir que sou mãe solteira como uma justificativa pra qualquer merda.
quando morei nos estados unidos, aprendi a usar "single mom" como eles usam lá: mulher que cria os filhos sozinha. aqui no brasil o buraco é mais embaixo: não existe um termo para se referir a isso. há mães solteiras, mães separadas, mães viúvas. tudo pejorativo, um horror. "a mulher sozinha", "a coitada" e outras variações sobre o mesmo tema.
mas voltando à conversa com meu compadre, lágrimas me vêm aos olhos. não, não vou deixar ninguém dizer que é porque eu sou uma mãe sem marido que qualquer coisa acontece. fazemos, sempre, o melhor que podemos. mas o fato de ninguém ajudar a pagar as minhas contas não muda nada.
não sei de onde vem tanta força. mas é assim mesmo: os filhos nascem, e com eles nascem as mães fortes. se eu pudesse dar um "backward" (era isso o que estava escrito nos tocadores de fitas K-7 TDK???), apertaria no botão "play" bem feliz.
...
a foto foi tirada pela carla. num bar, todos felizes.

Comentários

  1. espero ser igual a sua amiga, e um dia, poder pagar pela tua babá e te levar para sair...hehehe...será que o vento que você sente é o mesmo que o meu? I hope so... bjo, ana

    ResponderExcluir
  2. Tita,

    tu sabes que adoro teu blog, mas preciso te dizer que gostava mais do outro nome. Entendo perfeitamente o nome deste, até acho que às vezes não deve nem ser o dobro, mas o triplo, o quádroplo, sei lá. Mas o outro nome não dava foco pro perrengue, mas pra vida, pra beleza dela, pra uma flor da qual se cuida. Quando trocaste o nome, não era pra marcar uma virada? Se apertarias o play de novo é porque tem muito ganho nessa história toda, não é? Muito vaso de flor florescnedo!
    Bjs e boa semana,
    Dani

    ResponderExcluir
  3. dani querida,
    o meu blog não existe porque quero, mas porque preciso. eu acho estranho, mas assim é que é. e assim é que são as escolhas. o vaso de orquídea nasceu num sonho, e este "sozinha" nasceu não lembro onde. mas apareceu na minha frente pronto.
    na nossa vida temos o que escolhemos e o que nos é imposto. e cada vez mais tenho certeza de que a sabedoria reside em entedermos isso. e não lutarmos contra. eu nunca penso no que vou escrever. eu escrevo porque nâo aguento não fazê-lo.
    a sabedoria me parece ser um presente da vida. e sei que tudo o que acontece - o bom e o ruim - também é um presente. quando digo que faria tudo de novo, falo das escolhas. e as escolhas não são caminhos para a felicidade, mas caminhos do coração. e então respiro aliviada sabendo que tudo o que tenho escolhido leva em conta o meu coração e me deixa inteira. mas isso não quer dizer que eu esteja feliz.

    ResponderExcluir
  4. Queri, eu falava apenas do nome, só dele mesmo. O que escreves é bárbaro, triste ou feliz, porque é absolutamente verdadeiro. E é por isso que é bom! Longe de mim achar que tenhas que falar só de alegrias!
    Bjs,
    Dani

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

he is 11

vou fingir que sou uma samambaia

sem título