eu não acredito em milagres, mas eles existem

"tirou B na prova."
"melhor aluno, articulado, responsável, adequado. é o único que sabe todas as respostas."
"só vou elogiar, tira de letra. é bem esperto."
"se esforça. contribui de forma positiva. opina, argumenta."
"nota [para ele] não é um problema."
"A na prova, B+ no trabalho, B na apresentação."
"a participação dele em aula é incrível. ele está acima da classe."
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existem pessoas que mudam. em algumas, a mudança acontece aos 16 anos.
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foram duas reuniões. nas duas, eu tinha a impressão de que estava no lugar errado. ou que estavam falando de outra pessoa. ou que eu não estava entendendo. ou que algum milagre tinha acontecido.
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eu não acredito no sistema escolar tradicional. nunca acreditei. nunca disse aos meus filhos que eles precisavam tirar uma nota x ou y. ao contrário: sempre disse a eles que eu não dava (e continuo não dando) a mínima para notas. é um sistema cretino, que massacra as crianças em vez de levá-las a pensar e desenvolver raciocínios e ter ideias.
mas sempre acreditei que pudessem existir escolas que interessariam os meus filhos. que os fizesse achar bom sair da cama todos os dias para aprender algo, conversar sobre um tema, concordar ou discordar em um debate, admirar o conhecimento de um professor, ter uma opinião contrária a todos e saber explicar por que pensa desse jeito e, mais importante do que tudo isso, poder ser uma pessoa de verdade, inteira, na escola.
pois é. 16 anos e meio depois, isso aconteceu. como diria minha avó, aquela de adorava frases feitas: "antes tarde do que nunca".
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"... que a importância de uma coisa não se mede com fita métrica nem com balança nem com barômetro etc. que a importância de uma coisa há de ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós."
manoel de barros
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filhos são diferentes. às vezes tão diferentes que é estranho pensar que nasceram do mesmo pai e da mesma mãe.
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